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Polícia procura o "Bill Gates' do caso
da Reportagem Local
A Polícia Civil de São Paulo suspeita que a prisão dos envolvidos
no desvio de R$ 1 milhão da conta
do PSDB pode levar a uma quadrilha especializada na movimentação de contas de campanha usando o computador.
As quatro pessoas presas há uma
semana na capital paulista movimentando a conta para a qual o
dinheiro foi transferido seriam
apenas uma ponta do grupo, cujos
chefes estão em Brasília e ainda
não foram identificados.
"Eles são uns "zé mané', inocentes úteis. Entendem tanto de
informática quanto eu", disse o
delegado titular do Tatuapé (zona
leste da capital), Roberto Carvalho, que efetuou a prisão. "Tem
um "Bill Gates' nesta história, e
ele está em Brasília", disse.
Esse especialista em informática,
segundo o delegado, pode ser funcionário do Banco do Brasil ou estar ligado a alguém ali.
"A operação, temos quase
certeza, foi efetuada dentro do
CPD (Central de Processamento
de Dados) do próprio banco."
Os membros da quadrilha presos em São Paulo, todos sem antecedentes criminais, teriam, de
acordo com a polícia, até mesmo
se assustado com o montante que
foi transferido para a conta -R$
503 mil, mais R$ 450 mil que foram para outra conta em Osasco.
Eles expuseram a surpresa ao
contato que tinham em São Paulo,
que, por sua vez, mantinha contatos telefônicos frequentes com
duas pessoas em Brasília.
A polícia vai quebrar os sigilos
dos números chamados para tentar chegar aos chefes da quadrilha.
Os cabeças da operação na capital federal teriam tranquilizado os
cúmplices em São Paulo, falando
da intenção de "pulverizar" a
quantia, transferindo-a para várias contas, o que não foi feito porque a polícia paulista agiu antes,
prendendo-os em flagrante na
própria agência bancária.
A conta em Osasco, em nome de
uma pessoa procurada pela Justiça
e que não foi localizada, nem sequer chegou a ser movimentada.
Nomes falsos
Um dos contatos em Brasília
também disse aos cúmplices paulistas que teria "uma função" no
Senado, mas isso não foi confirmado pela polícia, que não descarta ainda a hipótese de que possa ser, inclusive, funcionário do
comitê do PSDB.
"Encontramos os nomes deles
na reserva de um vôo que vinha de
Brasília para São Paulo, mas é possível que estejam usando nomes e
documentos falsos", afirmou o
delegado.
Se for comprovada a suspeita de
crime eleitoral, a Polícia Federal
será acionada para integrar as investigações. O contato do grupo
em São Paulo chegou a declarar à
polícia que costumava movimentar fundos de campanha, que trocava por dólares.
Os quatro presos em São Paulo,
sem curso superior, continuarão
detidos na delegacia do Tatuapé.
O contato e outro suspeito foram
indiciados, mas aguardam em liberdade.
(CYNARA MENEZES)
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