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Marcello Alencar
apoiará Garotinho
LUIZ ANTÖNIO RYFF
da Sucursal do Rio
O governador do Rio, Marcello
Alencar (PSDB), decidiu apoiar o
candidato do PDT ao governo do
Estado, Anthony Garotinho, no
segundo turno, caso o presidente
Fernando Henrique Cardoso se
reeleja no primeiro turno, conforme apurou a Folha.
O apoio obedece mais a interesses práticos do que a afinidades
ideológicas ou políticas. O objetivo principal é impedir que o candidato do PFL ao governo, Cesar
Maia, controle o governo do Estado e a prefeitura -o atual prefeito, Luiz Paulo Conde, é seu apadrinhado político. Maia declarou
que um de seus objetivos é acabar
com o PSDB no Rio após 1998.
Publicamente, entretanto, Alencar disse que trabalha com três hipóteses no segundo turno: liberar
os militantes do partido para votar
em quem quiser, apoiar Garotinho ou apoiar Maia.
Alertado por seu assessor de imprensa, Alencar disse acreditar
que Luiz Paulo Corrêa da Rocha, o
candidato do PSDB, que tem 3%
de intenção de votos segundo a última pesquisa Datafolha, chegue
ao segundo turno.
Complô
Maia, acusou ontem o ministro
da Saúde, José Serra, de fazer parte
de um suposto complô contra sua
candidatura e as de Paulo Maluf
(PPB) e Mário Covas (PSDB) ao
governo de São Paulo.
Segundo ele, o nome de Serra foi
apontado pelo presidente da Firjan (Federação das Indústrias do
Estado do Rio de Janeiro), Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, que lhe
contou sobre o complô.
Articulador do comitê suprapartidário do presidente Fernando
Henrique Cardoso no Rio, Gouvêa
Vieira disse, em nota divulgada
por sua assessoria, que apenas reproduziu em tom jocoso um boato
que corre em Brasília.
Ontem, Gouvêa Vieira negou,
por sua assessoria, que tivesse falado de Serra na conversa. "Ele citou o nome do ministro Serra. Já
que ele (Vieira) está dizendo que
não foi bem assim, eu tenho de dizer que ele citou o Serra", disse
Maia em entrevista à rádio CBN.
Segundo Maia, ministros de
FHC, "pessoas do primeiro escalão do Legislativo" e do "alto tucanato" estariam "financiando e
arranjando empresários para financiar" as candidaturas dos pedetistas Anthony Garotinho, ao
governo do Rio, e Francisco Rossi,
ao de São Paulo.
O objetivo do complô seria evitar a vitória de Maia, de Maluf ou
de Covas para impedir que eles,
como governadores de Estados
importantes, se tornem potenciais
candidatos à Presidência em 2002.
O governador do Rio, Marcello
Alencar afirmou: "Complô está
naquela cabeça doente cheia de
minhoca e outras coisas que eu
não vou dizer."
Já o ministro da Saúde, José Serra, disse ontem que "o doutor César Maia tem todo o direito a dar
vazão a suas fantasias e delírios".
"Como ministro da Saúde, se os
amigos dele (César Maia) assim o
desejarem, posso indicar um psiquiatra para seu tratamento."
Colaborou a Sucursal de Brasília
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