São Paulo, sábado, 14 de setembro de 2002 |
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CAMPANHA Presidente usa discurso para atacar Lula indiretamente e diz que "turbulência ameaça continuar por muito tempo" FHC critica os que "gabam" o regime militar
LEILA SUWWAN MILITARES - "Certamente, o planejamento do qual falo hoje, o
próprio Ministério do Planejamento e Orçamento, não tem
muito a ver com o planejamento
do tempo dos governos militares.
Diga-se de passagem, não sei porque estão gabando tanto esse planejamento hoje em dia. Eu já ouvi
os candidatos falando com louvor, talvez porque não conheçam
os meandros de como funcionavam as instituições." QUEDA DA RENDA - "O simples
fato de se estabilizar a moeda já
gerou uma certa folga, porque
não se trata apenas de ver numericamente se subiu ou não subiu a
renda. É mais do que isso. A renda
era fictícia no passado. Sumia, desaparecia. Rapidamente era consumida pela inflação a renda dos
mais pobres." REFORMA DO ESTADO - "Só aqueles que têm experiência direta
com o aparelho de Estado se deram conta ou podem dar o testemunho a que grau nós chegamos
de falta de capacidade de ter qualquer política, pela falta de informação, pela falta de estímulo, pela
desorganização, e pela corrupção,
tudo isso fruto de alguma maneira do processo inflacionário que
durou algumas décadas." PRIVATIZAÇÃO - "A despeito de
ter havido um forte investimento
privado e até privatização, o Estado continuou a ter um papel significativo na definição de objetivos e políticas." CLIENTELISMO - "Obviamente
que a intervenção clientelística
tradicional desapareceu totalmente, por exemplo, nas empresas de telefonia, onde antes isso
era rotina dos partidos. Eram cento e tantos diretores." MASTODONTE SOCIAL - "A Constituição brasileira mandava descentralizar. O Estado era mastodôntico. Era grande, incompetente e mole. Não tinha capacidade
efetiva de atuar. Foi preciso descentralizar a educação e a saúde". MST - "Ao se democratizar, naturalmente o que houve foi uma
maior porosidade do Estado para
poder dialogar com essas múltiplas formas de organizações não-governamentais e movimentos
sociais, inclusive os mais agressivos, como é o MST, que, vez por
outra, além de invadir a fazenda
do presidente, vem ao gabinete do
presidente para conversar com
ele. O que é uma coisa positiva,
mesmo que venham depois sair lá
fora e falar mal, tudo errado." TURBULÊNCIA VAI FICAR - "É
muita turbulência. Só que essa
turbulência, pelo o que eu tenho
visto pelo que tenho lido nos jornais que os senhores têm dito
aqui, parece que vai ficar. Parece
que não é uma turbulência passageira, é uma turbulência que
ameaça continuar por muito tempo, sabe Deus quanto." ELEIÇÕES - "Não há uma situação de mal-estar social. De vez em
quando se vê que há, mas não é
uma coisa sensível do ponto de
vista político. Quando se vê a discussão da campanha eleitoral, se
fala de temas abstratos. E aí se faz
uma luta simbólica: quem vai gerar mais empregos e não sei o que.
Mas não se está tocando em alguma coisa que seja uma chaga
aberta, porque essa chaga existe,
mas não está aparecendo." |
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