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OUTRO LADO
'Empresa consta de declaração à Receita Federal'
EM SÃO PAULO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Folha procurou a assessoria do presidenciável José Serra
para responder questões relacionadas à empresa ACP Análise da Conjuntura Econômica e Perspectivas Ltda., da qual o
tucano é sócio com a filha Veronica Allende Serra desde
1993, conforme documentos
arquivados no 3º Cartório de
Registro Civil das Pessoas Jurídicas de São Paulo.
As perguntas enviadas tinham por objetivo esclarecer
as razões pelas quais o presidenciável não declarou à Justiça Eleitoral sua participação societária na ACP.
Era preciso esclarecer, ainda,
que tipo de relação comercial
havia entre o candidato e o empresário Gregorio Marin Preciado, dono da Gremafer, a
proprietária oficial do imóvel
em que está registrada a sede
da ACP.
Abaixo as respostas enviadas
por e-mail.
1. Por que o candidato José
Serra omitiu em suas declarações à Justiça Eleitoral em 1994,
1996 e 2002 sua participação
acionária na empresa ACP
Análise da Conjuntura Econômica e Perspectiva?
Resposta: A ACP era uma pequena empresa, com R$ 2.000
de capital, de cuja gerência José
Serra afastou-se efetivamente
em 1º de janeiro de 1995 (alteração de contrato arquivada no
3º Registro Civil das Pessoas
Jurídicas em 1.2.1995 sob nº
236.679). Possivelmente sua
participação tenha sido esquecida nas declarações de 1994 e
1996, o que não tem maior relevância, uma vez que se tratava
de cota de sociedade legalmente registrada, constante da declaração de bens para a Receita
Federal.
Em 2002 não teria de ser
mencionada, porque o contrato social foi objeto de distrato
em 6 de dezembro de 2000, levado ao mesmo registro para
arquivamento, sendo prenotado sob nº 417.363. Isso constou
da declaração de bens de José
Serra à Receita Federal entregue em 2001, ano-base 2000. A
baixa definitiva, como se sabe,
costuma demorar muito tempo, mas o fato de ser considerada "ativa" não significa que
continue funcionando. Para
exemplificar, quando algum
contribuinte pessoa física morre, seu CPF continua "ativo"
até encerramento do respectivo inventário, o que pode levar
anos.
2. De acordo com registro em
cartório, a empresa funciona
em imóvel que pertence à Gremafer, cujo dono é Gregorio
Marin Preciado. Há pagamento de aluguel? Ou o imóvel é cedido?
Resposta: O imóvel foi alugado pela Gremafer Comercial e
Importadora Ltda., pelo valor
de 800 URV mensais, em 1993,
quando começou a funcionar a
ACP, sendo os aluguéis reajustados em abril de 1999 para R$
1.000 mensais. O contrato foi
rescindido, com entrega do
imóvel, por instrumento do dia
30 de abril de 2000.
3. Em 1995, quando o empresário Marin Preciado foi beneficiado por uma redução significativa de suas dívidas com o
Banco do Brasil -em nome da
Gremafer e da Aceto-, a ACP
funcionava no imóvel sito à rua
Simão Álvares 1020?
Resposta: A empresa se instalou no imóvel em 1993.
4. O imóvel ainda é utilizado
pela família Serra? Com que finalidade? Há pagamento de
aluguel?
Resposta: Reposta prejudicada pela que foi dada à segunda
pergunta acima.
Também por e-mail, a Folha
perguntou se o imóvel que, segundo cartório de registro de
pessoas jurídicas, sediou a ACP
também foi utilizado como comitê eleitoral de Serra nas campanhas de 1994 e 1996.
A assessoria de imprensa do
presidenciável tucano respondeu que "não".
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