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Procurador prepara ação contra ex-diretor do BB
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O procurador da República no
Distrito Federal Luiz Francisco
Fernandes de Souza deve apresentar na segunda-feira uma ação
por improbidade administrativa
contra o empresário Ricardo Sérgio de Oliveira e Gregorio Marin
Preciado, entre outros.
Ricardo Sérgio arrecadou fundos para campanhas passadas de
tucanos, inclusive do candidato a
presidente pelo PSDB, José Serra.
Marin Preciado é casado com
uma prima em primeiro grau do
tucano, Vicencia.
A razão principal da ação são
empréstimos contraídos por empresas de Marin Preciado no Banco do Brasil. Os valores foram
crescendo por falta de pagamento
e Preciado acabou recebendo um
desconto para quitar a dívida.
À época em que os empréstimos
de Marin Preciado foram renegociados pelo BB, Ricardo Sérgio
ocupava um cargo na diretoria da
instituição. O argumento do Ministério Público é que a operação
teria sido lesiva aos cofres públicos -há também uma operação
que envolveu o Banespa, quando
esse banco ainda pertencia ao governo paulista.
Luiz Francisco é um dos mais
controvertidos procuradores da
República. Ex-militante filiado ao
PT, foi o responsável pela gravação de conversa de Antonio Carlos Magalhães a respeito da violação do painel eletrônico do Senado que resultou na renúncia de
ACM. Ontem, o procurador disse
que finalizava o texto da ação.
"Não se trata de uma ação política, mas apenas com fatos graves
ocorridos dentro do âmbito da
administração pública", disse.
Ao longo do texto preliminar, o
nome de Serra é mencionado algumas dezenas de vezes. Isso
ocorre por causa da ligação do tucano com os acusados.
Segundo documentos do próprio BB, a renegociação de dívida
de Marin contou com "operações
heterodoxas" e "atípicas" de empréstimo e de redução de dívidas.
O BB concedeu a Marin uma redução de dívida de, pelo menos,
R$ 73,719 milhões resultantes de
juros e encargos acumulados sobre empréstimos. Esse benefício
foi dado a duas firmas de Marin
Preciado, a Gremafer e a Aceto,
que estavam em situação de inadimplência crônica com o banco.
O negócio da Gremafer e da
Aceto com o BB começou em 93.
O primeiro empréstimo foi equivalente a US$ 2,5 milhões. O segundo empréstimo saiu no final
de 95. Foi equivalente a US$ 2,8
milhões. No total, as empresas receberam em reais valor correspondente a US$ 5,3 milhões.
A dívida disparou por causa dos
juros altos e da falta de pagamento. Chegou a passar de R$ 61 milhões em novembro de 98, quando o BB finalmente desistiu de
ajudar as empresas -uma data
que coincide com a saída de Ricardo Sérgio da instituição.
Apesar de lhe faltar dinheiro para pagar em dia o BB, Marin encontrou fundos para fazer doações de campanha a Serra em 94.
A Gremafer e a Aceto doaram
mais de R$ 85 mil, segundo a
prestação de contas do tucano.
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