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Tucano defende a reativação da indústria de armamentos no país
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A reativação da indústria bélica
brasileira, que teve seu apogeu no
regime militar (1964-1985), é uma
das metas do candidato do PSDB
à Presidência, José Serra, caso seja
eleito. Serra passou 14 anos fora
do país, exilado pelo regime.
"Eu dou uma enorme importância a isso, até porque as nossas
Forças Armadas têm muita capacidade científica e tecnológica",
diz Serra, que nesta semana começou a cumprir o roteiro militar
obrigatório a todo candidato.
Para o tucano, a reativação da
indústria bélica é uma forma de
exportar mais e de substituir as
importações, peças-chave de seu
programa de governo para criar 8
milhões de empregos. Mesmo
que isso implique retorno da fabricação de armamentos.
"Se é para exportar e algum país
quiser comprar, não vejo problema. É a mesma coisa do cigarro.
Eu sou antitabagista, mas, se é para exportar, cada país tem a sua legislação e as suas preferências."
Na concepção do tucano, a reativação do parque bélico vai além
da fabricação pura e simples de
armamentos. Passa também pela
fabricação de veículos e equipamentos, o que permitiria o desenvolvimento tecnológico.
Anteontem, Serra esteve com o
ministro da Defesa, Geraldo
Quintão. Na próxima terça, deve
se encontrar com militares no
Rio, quando pretende detalhar
seu programa de governo para as
Forças Armadas. É um roteiro
obrigatório que o tucano havia
descuidado, provocando protestos sobretudo na reserva.
Segundo a Folha apurou, Serra
é considerado o mais preparado
dos candidatos à Presidência pelos militares da ativa.
Mas, ao mesmo tempo, oficiais
temem que seu mandato seja uma
continuidade do governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. As queixas do governo FHC
se referem sobretudo à descontinuidades dos programas militares, ao Orçamento apertado e à
inserção do país no mundo globalizado, que julgam ter sido feita
sem a necessária contrapartida.
A campanha de José Serra
(PSDB) deverá usar outdoors na
campanha com a imagem de Luiz
Inácio Lula da Silva (PT). A peça,
já criada pelo publicitário Nizan
Guanaes, tem as fotos do petista e
do tucano. E o mote deverá ser
parecido com o da campanha de
TV, no qual o time serrista pergunta quem é o mais preparado
para gerar empregos.
A tentativa de polarização com
Lula tem o objetivo de tentar
atrair eleitores de Ciro Gomes
(PPS) e de Anthony Garotinho
(PSB), que rejeitam o petista. Ou
seja, é uma ação para criar um segundo turno dentro do primeiro
turno, levando quem não quer
Lula a optar pelo tucano, que está
sendo vendido como o mais forte
para derrotar o petista.
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