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CAMPANHA
Presidenciável do PPS afirma que petista não o defende de Serra por "conveniência" e que tucano é "inescrupuloso"
Ciro diz que Lula se cala por 'oportunismo'
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA
DA REPORTAGEM LOCAL
O candidato do PPS à Presidência, Ciro Gomes, fez ontem duras
críticas a Luiz Inácio Lula da Silva.
O fato de o presidenciável petista
não tê-lo defendido dos ataques
do tucano José Serra levou Ciro a
dizer que Lula é oportunista.
Ciro disse que, quando estava
em segundo lugar nas pesquisas e
a "máquina de safadeza do governo e do senhor Serra levantou" as
denúncias contra o PT e o seu presidente, José Dirceu, no caso da
Prefeitura de Santo André, ele
"partiu em defesa" do petista.
O presidenciável do PPS afirmou que, sem consultar seus assessores, defendeu Dirceu por entender que o PT é, "na média, de
gente séria" e que as "instituições
públicas não podem destruir nomes honrados, pessoas sérias".
"Agora, o que o Lula está fazendo? Orientado por marquetagem,
calou-se diante de tudo isso, de
escuta telefônica, de dossiê, de denúncias infundadas. O Lula me
conhece há mais de 20 anos. Calou-se por conveniência, por
oportunismo", afirmou em entrevista à rádio Inconfidência, de Belo Horizonte. E concluiu: "Porque
agora virou uma pessoa rendida
ao sistema, acreditando que por aí
vai remover o preconceito contra
ele e ganhar a Presidência da República. É um erro e ele vai pagar
muito caro desta vez", afirmou.
Pela manhã, em São Paulo, na
inauguração de um comitê negro
de apoio à sua chapa em São Paulo, Ciro referiu-se a Serra como
"inescrupuloso" e afirmou que o
tucano esteve "entranhado nas
mal cheirosas" privatizações
quando ocupou o Ministério do
Planejamento.
"Serra, que foi ministro do Planejamento, que esteve entranhado nas mal cheirosas privatizações brasileiras, que está comprometido até a medula com o nível
de entrega da economia ao interesse especulativo estrangeiro, vir
prometer 8 milhões [de empregos], para mim, é um insulto à
dignidade das pessoas que estão
humilhadas, batendo de porta em
porta atrás de um emprego." Ciro
prometeu, caso eleito, nomear negros para seu ministério.
Propaganda eleitoral
O ministro-auxiliar do TSE
(Tribunal Superior Eleitoral) José
Gerardo Grossi concedeu liminar
proibindo o presidenciável Ciro
Gomes (PPS) de veicular a propaganda em que ele teria responsabilizado José Serra (PSDB), ex-ministro da Saúde, por suicídios
de servidores demitidos no Rio.
A propaganda, que foi veiculada
no último dia 10, mostrou a demissão de servidores da Fiocruz
chamados "mata-mosquitos", no
Rio, durante a gestão de Serra no
ministério. Grossi reproduziu o
seguinte trecho do bloco: "Várias
pessoas morreram por causa da
irresponsabilidade do ministério
[da Saúde]. Nove se suicidaram
logo após ser demitidas [...]".
Os advogados de Serra moveram representação contra Ciro
acusando-o de ofensa. "A uma
primeira vista, parecem afirmações que, ao lado de não corresponderem à verdade, estariam
ofendendo a honorabilidade do
representado José Serra", afirmou
Grossi na liminar.
Em outra decisão, o ministro-auxiliar Caputo Bastos proibiu
Serra de veicular a inserção contra
Anthony Garotinho (PSB) em
que critica a sua gestão como governador do Rio. Grossi e Caputo
decidirão depois, no exame de
mérito das representações, se
concedem ou não o direito de resposta pedido pelos candidatos.
Em seguida, o plenário do TSE
ainda poderá examinar cada caso.
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