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Custos das campanhas são tabu
DA REPORTAGEM LOCAL
O custo real de uma campanha
a deputado estadual é assunto tabu. Poucos candidatos abrem o
jogo. E os que o fazem só fornecem informações sobre os gastos
de seus inimigos partidários ou
concorrentes regionais.
Mesmo assim, alguns dados são
aparentemente aceitos por todos
os envolvidos. A saber:
1) Um candidato que não conte
com uma base sólida (religiosa,
corporativa, regional) dificilmente se elegeria se não gastar ao menos uns R$ 2 milhões.
2) Os candidatos deverão gastar
menos que em 1998, porque a situação econômica diminuiu o tamanho dos cofres de doadores.
3) As "dobradinhas" -candidatos a estadual e a federal que fazem campanha juntos- não são
mais sistematicamente financiadas pelos candidatos a federal.
4) Dependendo da coligação e
da presença de puxadores de votos dentro delas, um estadual precisará de no mínimo 40 mil votos
para se eleger. São favoritos políticos que já foram prefeitos, parentes próximos de prefeitos ou ex-candidatos a prefeituras. No mesmo caso estão os pastores evangélicos, radialistas e sindicalistas.
De resto, há uma inflação de
candidatos. Os partidos que mais
registraram candidaturas foram,
pela ordem, o PT, com 127, o PV,
com 118, e o PDT, com 99. Os que
têm menos são o PCB, com apenas um, e o PC do B, com oito.
Mas nem todos concorrem com
chapas isoladas. As chapas de estaduais são formadas pelas mesmas coligações que registram
candidato a governador.
Antônio Cabrera é quem tem
mais candidatos a estadual em
campanha. São 274, de PDT, PTB
e PPS. Em seguida, mas já bastante distanciado, vem Paulo Maluf,
com 147 candidatos de PSDC, PL,
PTN e PPB. José Genoino, do PT,
tem 136 candidatos de seu partido
e também do PCB e PC do B. Geraldo Alckmin reúne 128 candidatos, do PSDB, PFL e PSD, com
apenas três candidatos a mais que
a coligação pela qual se apresenta
Ciro Moura. Ele tem 125 concorrentes registrados por um conjunto de pequenos partidos, o PT
do B, PSC, PTC e PRP.
Há casos curiosos. Digamos que
as pesquisas estejam todas equivocadas, e Osmar Lins (PAN) se
eleja governador, e por um desses
milagres também eleja todos os
seus candidatos a deputado. Sua
base parlamentar seria minúscula. Ele teria apenas 12 das 94 cadeiras da Assembléia.
(JBN)
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