Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
O PERSONAGEM
Cargo é degrau obrigatório, diz deputado
DA REPORTAGEM LOCAL
Ser deputado estadual é
passagem obrigatória para
compreender políticas públicas, diz Walter Feldman,
48, presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo. Ele nega que o deputado
se limite a aprovar projetos
do Executivo.
(JBN)
Folha - Como explicar a
quantidade de pessoas que se
candidataram a deputado estadual? Qual o charme?
Walter Feldman - É um estágio obrigatório, uma passagem para qualquer outra
pretensão. Um exemplo: se
você quiser ser um dia prefeito, como deputado você
terá conhecimento precioso
sobre políticas públicas.
Folha - Como justificar, então, o fato de um estadual
não ter tanta visibilidade política quanto um vereador ou
um deputado federal?
Feldman - Ele está prensado entre a política municipal, que é de muita expressão e convívio com os cidadãos, e a política federal, que
é bem mais fartamente coberta pela mídia.
Folha - Não há também o fato de há muitos anos a Assembléia ter apoiado os sucessivos governadores?
Feldman - Eu diria que a
Assembléia é o parlamento
mais estável da sociedade
brasileira. O conflito local,
que transparece na Câmara
Municipal, é o de interesses
provincianos ou até de caráter pessoal. No Congresso
Nacional estão os grandes
interesses de lobbies, de corporações. A Assembléia está
num patamar mais estável.
Folha - Ser "estável" não seria um eufemismo?
Feldman - É uma visão incorreta. A Assembléia produziu mudanças impressionantes em projetos do Executivo.
Folha - Poderia dar exemplos?
Feldman - Quanto a questões internas: a Assembléia
acabou com o voto secreto
nas votações, no mesmo
momento em que, na Câmara de São Paulo, não se sabe
quem apresentou emendas
ao Plano Diretor.
Folha - E com relação a temas externos à Assembléia?
Feldman - Retiramos da
Associação dos Magistrados
e destinamos às Santas Casas
verbas de R$ 10 milhões por
ano. Há seis meses mudamos a Constituição do Estado, destinando recursos para as Apaes (crianças com
deficiências físicas).
Texto Anterior: Custos das campanhas são tabu Próximo Texto: Inconsciente Eleitoral - Marcelo Coelho: Ganhando de oito a dez Índice
|