São Paulo, sexta-feira, 14 de setembro de 2007

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Recepção ao petista é marcada por críticas à decisão do plenário

DO ENVIADO A COPENHAGUE
DA ENVIADA A OSLO

A irritação causada pela absolvição de Renan Calheiros atravessou o Atlântico e chegou aos brasileiros emocionados pela oportunidade de um contato direto com Luiz Inácio Lula da Silva, aliado do senador.
"Eu estou muito decepcionada", dizia Sonia Linnebjerg quando sua amiga Edna Wullff fez questão de entrar na conversa: "Somos duas decepcionadas", gritavam em coro enquanto Lula visitava a exposição de Sebastião Salgado na Biblioteca Real de Copenhague.
Logo depois, Lula desceu para cumprimentar os cerca de 200 brasileiros presentes. Sonia dizia-se "muito decepcionada com a política brasileira, que permite que um líder como Renan continue sendo um líder governamentista" [sic]. Mas ela tinha dúvidas de que Lula tivesse contribuído para a absolvição: "Não acho, não é possível". Sua amiga Edna, 14 anos na Dinamarca, era mais afirmativa: "Não é possível que o presidente de um país não esteja a par de tudo o que está acontecendo".
Edna cobrava o voto aberto e punição aos corruptos, lembrando que, na Dinamarca, políticos flagrados em mera infração de trânsito "sentem-se obrigados a renunciar". Três metros adiante, Dália Alleslev protestava: "Estou muito zangada. O Brasil tem que mudar".
Na hora em que Lula começou a circular pela sala, as reclamações deram lugar à tietagem explícita ao presidente: "Ai, uma foto comigo, que minha mãe exigiu", pediu Roseli, 23.
A absolvição de Renan não passou despercebida em Oslo: "O Senado é uma piada" e "a base da política é corrupta" foram as mensagens escritas numa folha de papel pardo por Josilene da Silva e Edson José de Paulo Santos. Mas foram abafadas pelo entusiasmo dos demais, que receberam o presidente aos gritos de "Lula, eu te amo" e "olê, olê, olê, olá: Lula, Lula". Josilene diz ter conseguido falar com a primeira-dama, Marisa. Ela gritou "cuida do meu país", ao que a primeira-dama teria respondido: "Quando você voltar, vai estar melhor". "E eu respondi: eu não vou voltar". (CLÓVIS ROSSI E LETÍCIA SANDER)


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