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PF vai apurar venda de sigilo telefônico, afirma Mercadante
Segundo o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), é possível entrar com ação de indenização contra as empresas de telefonia e a União
Para deputado Gustavo Fruet, comércio de dados "demonstra vulnerabilidade dos sistemas de controle
das informações do país"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Polícia Federal vai abrir
um inquérito para apurar a comercialização ilegal de dados
telefônicos sigilosos, segundo o
senador Aloizio Mercadante
(PT-SP). "Eu já comuniquei à
Polícia Federal", disse.
O senador Álvaro Dias
(PSDB-PR) e o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) vão pedir providências à Anatel
(Agência Nacional de Telecomunicações). Dias chegou a dizer que caberia uma ação de indenização contra as empresas
de telefonia e a União.
"É uma afronta à Constituição, ao Estado de Direito democrático. O governo tem que
tomar providências imediatamente. Afinal, são empresas
fiscalizadas pelo poder público.
São concessões públicas", disse
o senador tucano.
"É a certeza da impunidade, é
um crime. Demonstra a vulnerabilidade dos sistemas de controle das informações do país",
disse o deputado. "Isso mostra
que qualquer pessoa no Brasil
está vulnerável e que os controles estão frouxos", completou.
Mercadante lembrou que,
em seu caso, os vendedores dos
dados telefônicos cometeram
também o crime de falsidade
ideológica. "Os meus dados cadastrais foram acessados rigorosamente como temos lá na
Vivo. No entanto, os números
que foram anexados não são os
números que eu acessei, o que
mostra que, além de ter acesso,
eles são capazes também de
fraudar informações", disse.
Fruet disse que solicitará
uma análise sobre o caso à consultoria da Câmara e que depois pedirá que a Anatel tome
providências.
Dias lembrou um projeto de
sua autoria, em discussão no
Congresso, que prevê a criação
de conselhos nos ministérios
públicos federais e estaduais
para investigar interceptações
telefônicas.
"O meu projeto não prevê auditoria nessas empresas.
Mas, diante desse fato, eu imagino uma emenda autorizando
esses conselhos a auditarem
também empresas telefônicas,
na eventualidade de interceptações não autorizadas", disse
ele.
(LS)
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