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Governo prevê gastar 30% mais em propaganda
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A proposta de Orçamento para 2010, enviada pelo governo
federal ao Congresso no final
de agosto, prevê R$ 700 milhões de gastos com publicidade, um aumento de 30% sobre o
total aprovado pelos deputados
e senadores para ser usado em
2009. A inflação prevista para
este ano é de no máximo 6%.
Em grande medida, o governo está fazendo uma recomposição, com um ano de atraso, do
que pretendia ter gasto em
2009, mas acabou tendo de cortar em razão da crise mundial.
A proposta inicial para 2009,
entregue pelo Executivo ao
Congresso no ano passado,
pouco antes da eclosão da crise,
pedia R$ 642 milhões. O valor
acabou reduzido para R$ 542
milhões. A verba de publicidade refere-se apenas à administração direta -Presidência da
República, secretarias especiais, ministérios, agências reguladoras e autarquias.
Estatais como Petrobras e
Banco do Brasil têm verbas
próprias para isso, sobre as
quais há pouca transparência.
Mesmo na administração direta, há duas modalidades de
publicidade. A Secretaria de
Comunicação da Presidência
tem uma verba institucional de
R$ 187 milhões para a propaganda das principais ações do
governo, como o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), Bolsa Família e Minha
Casa, Minha Vida. Essa verba
tem permanecido estável ao
longo dos últimos anos.
Os ministérios têm também
suas próprias rubricas para isso, que, teoricamente, têm caráter de utilidade pública. Na
prática, a distinção é tênue.
Marca e slogan do governo federal sempre aparecem, por
exemplo. Alguns ministérios
têm verbas gigantescas de publicidade. A pasta campeã é a
das Cidades, que destina R$ 120
milhões para campanhas de segurança no trânsito.
Em 2010, os recursos publicitários para o IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística) saltarão de R$ 10 mil
para R$ 34 milhões. A razão é o
censo populacional, realizado a
cada dez anos.
Algumas pastas terão aumentos expressivos em suas
verbas de publicidade, segundo
a previsão do governo. O Ministério do Trabalho, da cota do
PDT, salta de R$ 1,64 milhão
aprovado neste ano para R$
18,5 milhões no ano que vem.
Pastas controladas pelo
PMDB também se beneficiaram. A Saúde passa de R$ 89
milhões para R$ 120 milhões.
Já a Integração Nacional pula
de R$ 5 milhões para R$ 13,75
milhões, enquanto a Agricultura vai de R$ 7,53 milhões para
R$ 26,25 milhões.
(FZ)
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