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Distribuição de propaganda privilegia plano habitacional
Minha Casa, Minha Vida foi o programa mais anunciado na TV no 1º semestre
Lançado em março, plano de habitação tem R$ 17,08 mi para publicidade neste ano, o dobro do já designado ao Bolsa Família para 2009
Alan Marques - 25.mar.09/Folha Imagem
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A ministra Dilma e o presidente Lula durante evento de lançamento do Minha Casa, Minha Vida
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com seis meses de existência, o Minha Casa, Minha Vida
já tem direito a tratamento VIP
na distribuição do bolo publicitário do governo.
Dos três principais programas do governo (os outros são o
PAC e o Bolsa Família), o plano
habitacional é o que mais uso
fez da propaganda de TV no
primeiro semestre de 2009.
Foram 27 emissoras contempladas com anúncios de 30 segundos e de 1 minuto no período, segundo dados enviados pela Secretaria de Comunicação
da Presidência (Secom) ao
Congresso em 30 de julho.
Embora tenha sido lançado
só em março, o Minha Casa tem
R$ 17,08 milhões para publicidade em 2009, o dobro do já estabelecido Bolsa Família. Segundo avaliações do governo, o
programa, com sua meta ambiciosa de construir 1 milhão de
casas populares, tem o potencial para ser a grande alavanca
da candidatura presidencial da
ministra Dilma Rousseff.
O governo deu atenção especial a segmentos estratégicos,
como os veículos de cunho religioso. Dos 515 anúncios televisivos veiculados no período,
21% destinaram-se a sete emissoras religiosas. São elas as redes católicas TV Aparecida, Rede Vida e Canção Nova, as
evangélicas RIT (da Igreja Internacional da Graça de Deus),
Rede Família (ligada à Universal do Reino de Deus) e Rede
Gênesis (da Sara Nossa Terra) e
a Rede Boa Vontade, ligada à
Legião da Boa Vontade.
Ao contrário dos demais programas, o Minha Casa teve direito, no primeiro semestre de
2009, a propaganda em telões e
circuitos fechados em meios de
transporte de massas.
Suas inserções apareceram
no metrô de São Paulo, nos
trens da CPTM (Companhia
Paulista de Trens Metropolitanos) e nos da Central do Brasil,
no Rio de Janeiro. Também
houve exibição em ônibus executivos em São Paulo, Rio, Brasília, Porto Alegre, Recife, Belo
Horizonte e Salvador.
"O lançamento do Minha Casa, Minha Vida tinha como alvo
a sociedade em geral, mas com
foco nas classes C, D e E, a
quem ele se destina", diz o secretário-adjunto de Comunicação, Ottoni Fernandes Jr.
Embora seja um projeto habitacional direcionado às classes mais baixas, o Minha Casa
recebeu destaque do governo
em um espectro amplo de veículos. Neste ano, foi o único a
ser anunciado em revistas populares, destinadas a fofocas e
notícias sobre artistas, como
"Ti Ti Ti" e "TV Novelas". Mas
também marcou presença na
"Harvard Business Review", da
prestigiosa universidade norte-americana, e em revistas voltadas ao setor da construção civil.
No total, 359 veículos no país
receberam anúncios do programa -227 rádios, 77 jornais (nas
capitais estaduais), 27 TVs, 23
revistas e 5 canais ligados a
meios de transportes.
Segundo Fernandes, a opção
pelas TVs religiosas (que ele
chama de "mídia segmentada")
é uma decorrência de dados estatísticos que mostram que esse veículos têm 53% de penetração nas classes C, D e E. "As
revistas populares possuem,
também, grande penetração na
população de baixa renda", diz
o secretário.
(FÁBIO ZANINI)
Colaborou DANIEL CASTRO, colunista da Folha
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