São Paulo, segunda-feira, 14 de novembro de 2005 |
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Toda mídia Nelson de Sá A farra
Na Globo News, Franklin
Martins e Cristiana Lôbo
brincavam e riam, ao falar das
especulações sobre a queda de
Antonio Palocci. É a manchete dos telejornais há dias, por exemplo, no "Jornal da Band" de sábado: - Governo desmente que o presidente esteja procurando substituto para Palocci, mas fontes apontam o secretário-executivo da Fazenda como possível substituto. No "SBT Brasil", sexta: - A tensão continua no ar. Governo diz que a crise entre os ministros está superada, mas Antonio Palocci ainda avalia permanência no cargo. E tem as manchetes dos sites de esquerda, caso do Carta Maior, há vários dias: - Onda de denúncias contra Palocci enfraqueceu-o a ponto de reabrir debate sobre a política econômica no governo. E a tensão prosseguia ontem, nos blogs, com Ricardo Noblat declarando o ministro "morto", Josias de Souza pesando opções, em especial Aloizio Mercadante, e Jorge Moreno mantendo no ar, desde quinta, a entrevista com o aparente favorito -o mesmo Mercadante, em largos elogios a Palocci. Fernando Rodrigues, no UOL, revelou que o pefelista ACM e o tucano Tasso Jereissati querem obrigar o ministro a depor no plenário do Senado, não mais em comissão, e ganharam apoio até de Renan Calheiros. "É para colocar pressão máxima" e levar Palocci à lona, de vez. Daí a bolsa de apostas, que de acordo com o blog do UOL traz, além de Mercadante e Murilo Portugal, Ciro Gomes, Henrique Meirelles e até o assessor lulista Marco Aurélio Garcia. Na Folha Online, Kennedy Alencar desenhava o cerco ao ministro da Fazenda: - Além das acusações sobre corrupção, que precisam ser respondidas, e de uma briga com a ministra Dilma Rousseff, sobre a política econômica, há um terceiro fator a enfraquecer o ministro: pressão de petistas, de aliados e até da oposição por liberação de verbas. É a "farra fiscal". Lula, avisa Alencar, "deseja segurá-lo". Do outro lado, a oposição quer sangue. O ex-ministro (de FHC) Miguel Reale Jr. surgiu no blog de Josias de Souza anunciando para "fins de janeiro" o pedido de impeachment. WEBPOLÍCIA
Ontem nos canais de notícias, no Brasil e no exterior, o registro de que caiu a violência na França -com 374 carros queimados. Mas ela agora "se espalha para outros países", atingindo Grécia, Bélgica e Holanda. Na França, o peso do Estado caiu sobre o Skyblog, o portal de blogs da rádio Skyrock, responsável por parte da mobilização no país. Segundo o "Le Monde" de ontem, começou a "vigilância reforçada" no conteúdo de seus 3,1 milhões de blogs registrados. Cerca de 30 pessoas estariam avaliando os "posts" com base em filtros de palavras e coisas do gênero. Para além da duvidosa "vigilância" dos milhões de blogs, o que se percebe é que os destaques na home page do Skyblog são quase todos agora para páginas pela paz -ainda que protestem contra a discriminação. E não é só nos blogs a "vigilância". O "Libération" deu que a polícia vem fazendo acompanhamento contínuo de e-mail e de SMS (mensagens curtas, geralmente por celular), também com filtros de palavras etc. Para quem imagina que o fenômeno da mobilização pela web é restrito à Europa, vale recordar os protestos estudantis em São Paulo há cerca de um mês, que vieram aparentemente do nada e produziram cenas incomuns de violência, em especial nos programas policiais. Parte da mobilização foi realizada pelo DCE Alexandre Vanucchi Leme, da USP, cujo site "wiki", de "construção colaborativa", ajuda a entender como funcionam agora os meandros da mobilização política de juventude. "Fique firme" As negociações fracassaram, mas o chanceler Celso Amorim ganhou apoio de peso. Segundo a BBC Brasil, ele está em Roma com o negociador europeu Peter Mandelson, com quem firmou "intimidade pessoal". E na sexta, em editorial, o "NYT" saudou Amorim pelas cobranças da União Européia. Deixou no título sua mensagem direta ao brasileiro e liderados emergentes do G20: - Stand fast ["fique firme"]. "Dar a vida" O bispo fez escola. De Glória Maria, ontem na Globo: - Morreu o homem que ateou fogo ao próprio corpo num protesto contra usinas de álcool no alto Paraguai. Ele deixou carta, segundo o Globo Online, prometendo "dar a vida para salvar o Pantanal". Ataca na carta latifundiários e a "transposição do São Francisco, no lugar de revitalização". @ - nelsondesa@folhasp.com.br Texto Anterior: Conexão tucana: Ex-secretário de Eduardo Azeredo pede demissão em Minas Gerais Próximo Texto: Escândalo do "mensalão"/Batalha das assinaturas: Deputado vai recorrer para impedir prorrogação de CPI Índice |
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