São Paulo, quarta-feira, 14 de dezembro de 2005

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CORREIOS

Ex-Ministro teria poder de veto

Luiz Gushiken aprovava contratos, diz publicitário

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Ex-sócio da agência Link Bagg, que presta serviço aos Correios, Maurício de Santana afirmou ontem que os contratos, subcontratos e orçamentos da área de publicidade da estatal eram submetidos à Secom (Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica) durante a gestão do então ministro Luiz Gushiken, que teria poder de veto.
À CPI dos Correios Gushiken negou participação na fixação de valores de contratos e de gerenciamento de recursos das estatais. Segundo ele, a secretaria supervisionava apenas campanhas publicitárias e licitações de empresas.
"Todos os contatos passavam pela Secom, que aprovava desde o conceito até o layout e o orçamento. Antes da contratação submetíamos o orçamento ao cliente [Correios] e à Secom", afirmou Santana. Segundo ele, o contrato com os Correios funcionava como um "guarda-chuva": as agências subcontratavam empresas de assessoria de imprensa e de promoção de eventos.
Uma das subcontratadas pela Link Bagg foi a Multiaction, empresa de promoção de eventos do publicitário Marcos Valério de Souza. "A agência vende a idéia, tudo o mais é feito por subcontratação de terceiros", disse ele.
Questionado pela deputada Denise Frossard (PPS-RJ) se a Secom tinha poder de veto nesses contratos e orçamentos, Santana respondeu que sim.
A assessoria de imprensa de Gushiken afirmou que os Correios submetiam uma planilha à Secom com os custos dos eventos porque a secretaria possuía informações sobre a área de publicidade de todos os ministérios, então saberia se os preços cobrados eram "exorbitantes" ou não. A assessoria de imprensa ressaltou que a Secom não tinha conhecimento de quem era o fornecedor.


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