São Paulo, quarta-feira, 14 de dezembro de 2005

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Migração de não-indígenas preocupa

DA SUCURSAL DO RIO

Não é só a exclusão social de índios que migraram para centros urbanos que preocupa os indianistas e representantes de povos indígenas. Os dados do Censo 2000 do IBGE mostram que também está acontecendo no Brasil a situação inversa, ou seja, população não-indígena que migra para municípios onde há índios em terras demarcadas.
Ao contrapor o mapa dos municípios com terras indígenas ao que mostra as principais correntes de fluxo migratório da população brasileira, os técnicos do IBGE perceberam que a pressão migratória de não-indígenas nessas áreas é maior do que no resto do país.
Segundo a antropóloga Maria Elizabeth Brea, assessora da Funai, isso acontece porque a maioria dessas terras está em municípios do Norte e Centro-Oeste do país, área da chamada "fronteira agrícola", que caracteriza municípios com forte expansão da economia agropecuária e que vem atraindo mão-de-obra de trabalhadores de outros Estados, principalmente do Nordeste.
Além de se preocupar com a preservação dessas áreas, Brea diz que a política da Funai é não impor métodos de controle da natalidade na população que vive em áreas demarcadas. Segundo o censo, o número médio de filhos por mulher da população indígena em municípios com terras demarcadas é de 6,16 por mulher, alto se comparado com o padrão de 2,38 filhos por mulher brasileira.


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