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Migração de não-indígenas preocupa
DA SUCURSAL DO RIO
Não é só a exclusão social de índios que migraram para centros
urbanos que preocupa os indianistas e representantes de povos
indígenas. Os dados do Censo
2000 do IBGE mostram que também está acontecendo no Brasil a
situação inversa, ou seja, população não-indígena que migra para
municípios onde há índios em
terras demarcadas.
Ao contrapor o mapa dos municípios com terras indígenas ao
que mostra as principais correntes de fluxo migratório da população brasileira, os técnicos do IBGE perceberam que a pressão migratória de não-indígenas nessas
áreas é maior do que no resto do
país.
Segundo a antropóloga Maria
Elizabeth Brea, assessora da Funai, isso acontece porque a maioria dessas terras está em municípios do Norte e Centro-Oeste do
país, área da chamada "fronteira
agrícola", que caracteriza municípios com forte expansão da economia agropecuária e que vem
atraindo mão-de-obra de trabalhadores de outros Estados, principalmente do Nordeste.
Além de se preocupar com a
preservação dessas áreas, Brea diz
que a política da Funai é não impor métodos de controle da natalidade na população que vive em
áreas demarcadas. Segundo o
censo, o número médio de filhos
por mulher da população indígena em municípios com terras demarcadas é de 6,16 por mulher, alto se comparado com o padrão de
2,38 filhos por mulher brasileira.
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