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PSDB rompeu acordos, dizem governistas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Passada a derrota no Senado, líderes aliados ao presidente Lula afirmaram que a
cúpula do PSDB rompeu em
duas ocasiões acordos fechados com o governo para prorrogar a CPMF. Responsabilizaram o líder tucano Arthur
Virgílio (AM) pelo fracasso
das negociações.
O primeiro acordo havia
sido fechado em torno da
proposta do governador José
Serra (PSDB-SP) de destinar
toda a CPMF à saúde. O ministro Guido Mantega (Fazenda) considerou a idéia difícil de ser praticada, mas
acabou dando aval para que
se tentasse fechar o acordo.
Aceita a proposta por líderes tucanos, ela foi discutida
com a bancada na noite de
terça no gabinete do senador
Sérgio Guerra (PE). Virgílio
então decidiu romper o acordo sob a ameaça de renunciar à liderança. Para não
provocar um racha, Guerra
disse ao governo que a idéia
fora recusada.
Na madrugada de quarta, o
ex-ministro da Fazenda e deputado pelo PT-SP Antonio
Palocci e o governador
Eduardo Campos (PSB-PE)
foram à casa de Guerra. Lá
estavam Virgílio e o senador
Cícero Lucena (PSDB-PB).
Palocci e Campos fizeram
a nova investida, desta vez
prometendo que a CPMF seria prorrogada só por mais
um ano, quando seria discutida uma reforma tributária.
Os tucanos concordaram.
Pela manhã, Virgílio rompeu o novo acordo. Disse que
havia refletido e avaliava que
seria ruim para o partido.
Naquele momento, sem saber do novo posicionamento
do tucano, Palocci e Campos
avisavam Lula da nova proposta. O petista topou.
Ao meio-dia de quarta, Lula soube que mais uma vez o
PSDB desistira de um acordo
por articulação de Virgílio.
Palocci decidiu então procurar o ex-presidente Fernando Henrique, que até o
dia anterior trabalhava para
que o governo fosse derrotado. Informado que FHC havia gostado da última proposta, Palocci ligou para ele.
Ao ex-ministro da Fazenda FHC disse que topava a
idéia, mas que Virgílio estava
irredutível. Palocci então
disse que estavam sendo ultimadas duas cartas formalizando a proposta.
Os textos, porém, chegaram tarde ao plenário do Senado. Os tucanos alegaram
que não havia tempo para
mudar a posição do partido.
A líder do PT na Casa, Ideli
Salvatti (SC), acusou FHC de
ser o "mentor invisível" de
Virgílio. "Não foi [negociado]
aos 45 minutos do segundo
tempo, estava tudo acertado." Ideli disse ainda que Lula ligou para ao senador
Eduardo Suplicy (PT-SP) e
pediu que desse um recado a
Pedro Simon (PMDB-RS),
que bateu boca com Virgílio
após propor o adiamento da
votação. "Lula pediu que fosse transmitido todo o carinho que tem por ele."
(VALDO CRUZ E SILVIO NAVARRO)
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