São Paulo, domingo, 15 de janeiro de 2006

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ELEIÇÕES 2006

Ex-integrantes do PT atacarão ex-partido

DA REDAÇÃO

Desiludidos com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, ex-petistas tentam agora em seus novos partidos dar continuidade aos antigos projetos do PT com candidaturas próprias à Presidência da República em 2006.
"Vamos apresentar bandeiras que o nosso antigo partido, o PT, dilapidou e não tem mais condições de desfraldar", diz o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), um dos que deixaram o PT durante o escândalo do "mensalão". A senadora Heloísa Helena (AL) é pré-candidata à Presidência pelo partido. Na pesquisa Datafolha, aparece no melhor dos cenários com 9% das intenções de voto.
Alencar diz que a campanha do PSOL terá quatro eixos: a reforma "radical" do Estado; a mudança do modelo econômico, a transparência e a ética na política e a defesa da soberania nacional.
O deputado afirma que o maior efeito negativo do governo Lula foi o que ele chama de PID -Produto Interno de Desencanto. "Vamos tentar reconstruir a esperança", afirma.
O senador Cristovam Buarque (DF), outro que deixou o PT no ano passado, é um dos pré-candidatos à Presidência pelo PDT. Cristovam diz ver espaço para um discurso diferente na campanha, um discurso que não seja de extrema esquerda e fique "só nos sonhos" nem pregue apenas a responsabilidade -como ele acredita que serão os de PT e PSDB-, mas sim um discurso de "sonho com responsabilidade". Ele diz acreditar que ele e o PDT podem encarnar esse discurso.
Para o senador, o Brasil precisa de um líder, que diga ao povo que caminho seguir e não seja guiado por pesquisas de opinião de grupos específicos.
O pedetista diz que a campanha de 2006 girará em torno de três eixos, um principal -como fazer a redução da desigualdade social com responsabilidade econômica- e dois secundários -como retomar a nacionalidade brasileira e como recuperar a credibilidade dos políticos.
"Eu acho que tem espaço para esse discurso, por isso eu não nego que quero ser candidato. Espaço suficiente para ganhar a eleição, para ser sincero, acho que não. Mas está na hora de alguém dizer no Brasil como fez o John Kennedy [presidente dos EUA assassinado no cargo, em 1963]: "Não pergunte o que o governo pode fazer por você, mas o que você pode fazer pelo país'", diz.

PMDB
Outro partido que pode apresentar candidatura própria é o PMDB, que tem prévias marcadas para escolher o seu candidato em março. O favorito é Anthony Garotinho, que aparece em terceiro lugar nas pesquisas de opinião, mas há outros pré-candidatos como o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto.
Para o deputado federal Geddel Vieira Lima (BA), "a grande discussão que vai se travar é saber se só tem esse modelo de política econômica". Ele diz que caberá ao PMDB "mostrar que esse tipo de política foi útil no passado, mas que isso já se exauriu". (RR)


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