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ELEIÇÕES 2006
Ex-integrantes do PT atacarão ex-partido
DA REDAÇÃO
Desiludidos com o governo de
Luiz Inácio Lula da Silva, ex-petistas tentam agora em seus novos
partidos dar continuidade aos antigos projetos do PT com candidaturas próprias à Presidência da
República em 2006.
"Vamos apresentar bandeiras que o nosso antigo partido, o
PT, dilapidou e não tem mais condições de desfraldar", diz o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ),
um dos que deixaram o PT durante o escândalo do "mensalão".
A senadora Heloísa Helena (AL) é
pré-candidata à Presidência pelo
partido. Na pesquisa Datafolha,
aparece no melhor dos cenários
com 9% das intenções de voto.
Alencar diz que a campanha do
PSOL terá quatro eixos: a reforma
"radical" do Estado; a mudança
do modelo econômico, a transparência e a ética na política e a defesa da soberania nacional.
O deputado afirma que o maior
efeito negativo do governo Lula
foi o que ele chama de PID -Produto Interno de Desencanto. "Vamos tentar reconstruir a esperança", afirma.
O senador Cristovam Buarque
(DF), outro que deixou o PT no
ano passado, é um dos pré-candidatos à Presidência pelo PDT.
Cristovam diz ver espaço para um
discurso diferente na campanha,
um discurso que não seja de extrema esquerda e fique "só nos sonhos" nem pregue apenas a responsabilidade -como ele acredita que serão os de PT e PSDB-,
mas sim um discurso de "sonho
com responsabilidade". Ele diz
acreditar que ele e o PDT podem
encarnar esse discurso.
Para o senador, o Brasil precisa
de um líder, que diga ao povo que
caminho seguir e não seja guiado
por pesquisas de opinião de grupos específicos.
O pedetista diz que a campanha
de 2006 girará em torno de três eixos, um principal -como fazer a
redução da desigualdade social
com responsabilidade econômica- e dois secundários -como
retomar a nacionalidade brasileira e como recuperar a credibilidade dos políticos.
"Eu acho que tem espaço para
esse discurso, por isso eu não nego que quero ser candidato. Espaço suficiente para ganhar a eleição, para ser sincero, acho que
não. Mas está na hora de alguém
dizer no Brasil como fez o John
Kennedy [presidente dos EUA assassinado no cargo, em 1963]:
"Não pergunte o que o governo
pode fazer por você, mas o que
você pode fazer pelo país'", diz.
PMDB
Outro partido que pode apresentar candidatura própria é o
PMDB, que tem prévias marcadas
para escolher o seu candidato em
março. O favorito é Anthony Garotinho, que aparece em terceiro
lugar nas pesquisas de opinião,
mas há outros pré-candidatos como o governador do Rio Grande
do Sul, Germano Rigotto.
Para o deputado federal Geddel
Vieira Lima (BA), "a grande discussão que vai se travar é saber se
só tem esse modelo de política
econômica". Ele diz que caberá ao
PMDB "mostrar que esse tipo de
política foi útil no passado, mas
que isso já se exauriu".
(RR)
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