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Ataques partem de adversários, diz senador
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O senador Edison Lobão
(PMDB-MA) acusou ontem adversários políticos de usar a imprensa para promover ataques
contra ele e sua família. Ele disse que passou a ser perseguido
após ser indicado pelo PMDB
para assumir a pasta de Minas e
Energia, cuja nomeação deverá
ser confirmada pelo presidente
Lula amanhã.
"Nessas horas os adversários
políticos sempre procuram
municiar a imprensa contra
pessoas que vão assumir cargo
desta natureza. É uma coisa dolorosa. Ainda bem que fuçam a
minha vida e não encontram
nada. Aí atacam a família do sujeito", afirmou o senador à Folha. "Não tem nada contra
mim. Estão atacando meu filho,
na sua vida empresarial."
Integrante do grupo político
da família Sarney, Lobão não
quis dizer quem estaria interessado em prejudicá-lo. Descartou a possibilidade de o governador Jackson Lago (PDT) estar por trás das denúncias.
"Com ele tenho boa relação.
Não vou nomear [adversários].
Acho que essa coisa é encomendada, mas paciência. Não
quero acusar ninguém porque
não há provas concretas", declarou Lobão.
Apesar da pressão, o senador
disse que mantém sua vontade
de assumir o ministério. Ele
contou que, na sexta-feira, conversou por telefone com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef. "Ela me disse que
não tinha absolutamente nada
contra mim. Que nunca havia
feito nenhuma manifestação
contrária à minha nomeação",
afirmou, referindo-se aos boatos de que Dilma preferia um
técnico no cargo.
Com o filho, Lobão disse ter
falado anteontem, também por
telefone. "Ele está fora do país.
Está bastante machucado com
essas coisas", disse. Contudo, o
senador afirmou que tanto ele
quanto o filho ainda não consideram a hipótese de não assumir seus respectivos cargos. O
segundo suplente de Lobão é
Remi Ribeiro (PMDB).
Edison Lobão Filho (DEM-MA) é o primeiro suplente do
pai e deverá ficar com a cadeira
dele no Senado se houver a nomeação para a pasta de Minas e
Energia. Conhecido como Edinho no Maranhão, o filho de
Lobão é um bem-sucedido empresário no Estado, mas enfrenta duas acusações: uso de
laranjas para ocultar dívidas e
suposta irregularidade nas empresas de rádio e TV.
Em 1999, Edinho teria repassado sua participação na distribuidora de bebidas Bemar para
uma empregada doméstica. Ele
nega. Segundo Maria Luiza
Thiago de Almeida, ex-sócia da
Bemar, as ações do filho de Lobão na empresa foram transferidas para a empregada dela,
Maria Lúcia Martins.
(ADRIANO CEOLIN E HUDSON CORRÊA)
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