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Bicheiro diz ter sido
vítima de extorsão
DA REPORTAGEM LOCAL
O bicheiro de Goiânia (GO)
Carlos Augusto de Almeida Ramos, 40, o "Carlinhos Cachoeira",
afirmou ter sido "extorquido" por
Waldomiro Diniz, ex-assessor
parlamentar do ministro José Dirceu (Casa Civil), exonerado do
cargo anteontem, após reportagem da revista "Época".
"Eu tenho o direito de ser honesto. Quem vê a fita vai verificar
que eu fui extorquido", disse o bicheiro em entrevista ao jornal "O
Popular", de Goiânia.
Ramos -que nega ser "bicheiro" e se define como um "empresário do mercado lotérico" de
Goiás - confirmou ter recebido
de Waldomiro "pedido" de contribuição financeira para campanhas eleitorais, mas negou ter entregue dinheiro. "Houve o pedido, mas eu não entreguei dinheiro
algum. Eu não repassei dinheiro a
ele", disse Ramos, na entrevista.
O jornal, referindo-se às declarações de Waldomiro captadas no
vídeo, indagou sobre os nomes da
ex-ministra Benedita da Silva
(PT), da governadora do Rio, Rosinha Matheus (PMDB), e do candidato derrotado ao governo do
Distrito Federal Geraldo Magela
(PT). "Infelizmente ele [Waldomiro] é que sabe, eu não sei. O
Magela então eu nem sei."
O bicheiro elogiou o ministro
José Dirceu: "[...] O ministro José
Dirceu é sério. Isso é um caso isolado de uma ovelha negra. Hora
nenhuma ele [Waldomiro] comentou sobre José Dirceu".
Ramos afirmou ter conhecido
Waldomiro "na Loterj [órgão do
governo do Rio]". "Eu ganhei
uma licitação e passamos a conviver como dono de empresa e administrador público."
Ramos disse que sua empresa
Gerplan, autorizada pelo governo
a explorar loterias, repassa R$ 2
milhões mensais para o Estado.
"Eu só quero dizer que não estou
afrontando ninguém. Essa é uma
possibilidade de ajudar, e muito, a
combater a corrupção. Eu acho
que estou fazendo o bem".
A Folha tenta falar com Ramos
desde a tarde da última sexta-feira. Ele foi procurado, sem sucesso, em seu telefone celular e, por
telefone, em quatro endereços
seus e de familiares, em Anápolis
(a 54 km de Goiânia).
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