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D. Cláudio ataca atuação de neopentecostais
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM INDAIATUBA
O prefeito da Congregação
para o Clero, no Vaticano, cardeal dom Cláudio Hummes, 73,
disse em discurso ontem no 12º
Encontro Nacional de Presbíteros (padres), em Indaiatuba
(SP), que um dos problemas
mais graves que desafiam a
Igreja Católica no país é o "ativismo proselitista das seitas
neopentecostais".
Segundo o cardeal, essas
igrejas "são agressivamente anticatólicas". No discurso, feito
para cerca de 400 padres de todo o país, o cardeal disse que as
"chamadas seitas protestantes
de perfil neopentecostal crescem extraordinariamente".
"Elas são ativistas e proselitistas ao extremo e, por vezes,
declaradamente anticatólicas",
disse o cardeal, também arcebispo emérito de São Paulo.
Na missa de abertura da 5ª
Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do
Caribe, em Aparecida (SP), no
ano passado, o papa Bento 16
afirmou que "a Igreja [Católica]
não faz proselitismo".
Uma das maiores neopentecostais, a Igreja Universal do
Reino de Deus, foi procurada
ontem via assessoria de imprensa para comentar as declarações de dom Cláudio, mas até
a conclusão desta edição não
havia se manifestado.
D. Cláudio foi nomeado em
2006 por Bento 16 para comandar a Congregação para o Clero
-um dos cargos mais importantes do catolicismo- e hoje
mora no Vaticano. Entre suas
atribuições estão a formação e
disciplina de padres.
O cardeal destacou em seu
discurso que outro problema
grave enfrentado pela igreja
"são os desvios e abusos de conduta moral-sexual" -apesar de
eles serem, segundo d. Cláudio,
"problemas muito destacados e
superdimensionados pela mídia". "O mais grave é, sem dúvida, o da pedofilia, grave principalmente por causa das vítimas, que são crianças cujas vidas ficarão traumatizadas e feridas, quase sempre de modo
irreparável", afirmou. No entanto, d. Cláudio disse que 99%
dos sacerdotes da igreja "são
homens dignos".
Política
Sobre o posicionamento da
igreja diante da proximidade
das eleições, d. Cláudio disse
que o eleitor não deve escolher
o candidato "só em troca de
certos favores ou agrado".
"Tem que ver realmente qual
é o programa e qual é a condição que o candidato tem para
realizá-lo. Tem que ver se o
candidato é sincero ou não, se
tem condições, se tem dinheiro
e equipe para fazer isso," afirmou dom Cláudio.
O cardeal afirmou ainda que
a CNBB (Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil) continuará a cobrar reformas no país.
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