São Paulo, sábado, 15 de março de 2008

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outro lado

Emediato diz que pediu ajuda sem privilégios

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Em um e-mail enviado à Folha, o presidente do Codefat, Luiz Fernando Emediato, afirma que a Ativa e a CAN "são pequenas empresas de consultoria de crédito" e "que estavam reclamando dos prejuízos que estavam tendo na época".
"Elas estavam trabalhando para os bancos e para os sindicatos, recebendo toda a pressão para levar os empréstimos para as empresas pequenas, e não estavam conseguindo, por causa dos altos custos", escreve ele à reportagem. "Na mensagem, peço ao BMG que ajude estes correspondentes bancários, dando mais volume de serviços para eles, de forma a diminuir os prejuízos."
Segundo Emediato, a Ativa é uma promotora de crédito de sua família, "que trabalhava -e ainda trabalha- para o Santander, o BMG, a BV Financeira e outros bancos". Ele não fala da atual composição societária da CAN. Em 2004, ano do e-mail ao BMG, era administrada pelo irmão.
"Atentem que, em minha mensagem, eu peço ao BMG que tentem ajudar as empresas "sem privilegiar'", frisa.
Emediato diz que, na mensagem a Alaor, está comunicando a um dos diretores do BMG "que os sindicalistas estavam incomodados com o fato de que os bancos estavam priorizando as ações com as grandes empresas".
"Na época", diz, "o BMG e o Santander eram os bancos mais ativos junto aos sindicatos da Força Sindical".
Afirmando que é permitida a participação dos sindicatos, alegou que os bancos e sindicatos se unem para indicar o agente financeiro com o objetivo de oferecer as melhores condições de financiamento. "Quando o sindicato não atua, as empresas tendem a negociar com seus bancos (...). Nem sempre as taxas são as melhores para os trabalhadores."
"No entanto, alguns bancos e os sindicatos, unidos, tentam que as empresas aceitem os bancos recomendados pelos sindicatos", diz.
A Força Sindical, afirma ele, anunciou acordos de cooperação com bancos.
A direção do BMG não quis comentar o teor do e-mail endereçado a seu vice-presidente Márcio Alaor. Em nota, "esclarece que os convênios através dos sindicatos foram firmados a partir da Medida Provisória 130, de setembro de 2003, com adesão imediata de aproximadamente 18 bancos para empréstimo junto às empresas privadas". "Vale ressaltar, que a decisão de se firmar o convênio ou não com desconto em folha de pagamento é de exclusiva decisão do acionista/administrador das empresas e não dos sindicatos, que não possuem nenhuma gestão nesse tipo de convênio", diz a nota.
"Os contratos das empresas mencionadas não são exclusivos do banco BMG, pois operam com outras instituições financeiras."
A assessoria do BMG ressalta que os contratos com a CAN e a Ativa representam, cada, 0,001% de sua carteira de crédito consignado.
O Santander informou, por meio de assessoria, que não iria se manifestar.


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