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Reeleição ganhou força na América Latina em 92
Fujimori deu início à tendência seguida depois por Menem, FHC, Chávez e Uribe
Na Bolívia, Morales já fala em antecipar eleições para 2008; em geral, segundo mandato trouxe desgaste para a imagem dos reeleitos
DA REDAÇÃO
No início dos anos 90, a reeleição do presidente da República constituía uma exceção na
América Latina -o exemplo
mais conhecido era o da República Dominicana, que reelegeu
Joaquim Balaguer em 1990.
Outros países da região já tinham experimentado a reeleição: na Argentina, Juan Perón
foi eleito em 1946 e reeleito em
1951, mas foi deposto em 1955;
no Paraguai, o general Alfredo
Stroessner tomou o poder em
1954 e foi "reeleito" sete vezes
até ser derrubado em 1989.
Tais fracassos reforçaram a
desconfiança sobre o mecanismo, levando o Paraguai e a Venezuela a vetarem a reeleição
em 1992. Mas nesse mesmo
ano essa tendência se inverteu.
O então presidente do Peru, Alberto Fujimori, que fora eleito
em 1990, fechou o Congresso e
mudou a Constituição: ele se
reelegeu em 1995 e em 2000,
mas denúncias de corrupção
provocaram sua renúncia.
Na Argentina, Carlos Menem
(eleito em 1989) conseguiu
aprovar a reforma em 1994 e
pôde ser reeleito em 1995. O
aumento do desemprego, porém, deixou-o muito impopular. Deixou o cargo em 1999 e
chegou a ser preso em 2001.
Em 2003, desistiu de disputar o
segundo turno contra Néstor
Kirchner para evitar a derrota.
Em 1997, o então presidente
Fernando Henrique Cardoso
conseguiu aprovar a mudança
na Constituição. Foi reeleito
em 1998, mas a crise cambial e
o apagão fizeram sua popularidade despencar -o que abriu
caminho para a vitória de Lula.
Eleito em 1998, o presidente
da Venezuela, Hugo Chávez,
convocou uma Assembléia
Constituinte em 1999. No ano
seguinte, foi reeleito presidente, voltando a vencer em 2006.
Na Colômbia, Álvaro Uribe
foi eleito presidente em 2002.
Em 2005, ele obteve da Corte
Constitucional uma autorização para se candidatar à reeleição e venceu o pleito de 2006.
Na Bolívia, o presidente Evo
Morales, eleito em 2005, já defende a antecipação das eleições presidenciais para 2008
para obter um novo mandato.
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