São Paulo, domingo, 15 de abril de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Reeleição ganhou força na América Latina em 92

Fujimori deu início à tendência seguida depois por Menem, FHC, Chávez e Uribe

Na Bolívia, Morales já fala em antecipar eleições para 2008; em geral, segundo mandato trouxe desgaste para a imagem dos reeleitos

DA REDAÇÃO

No início dos anos 90, a reeleição do presidente da República constituía uma exceção na América Latina -o exemplo mais conhecido era o da República Dominicana, que reelegeu Joaquim Balaguer em 1990.
Outros países da região já tinham experimentado a reeleição: na Argentina, Juan Perón foi eleito em 1946 e reeleito em 1951, mas foi deposto em 1955; no Paraguai, o general Alfredo Stroessner tomou o poder em 1954 e foi "reeleito" sete vezes até ser derrubado em 1989.
Tais fracassos reforçaram a desconfiança sobre o mecanismo, levando o Paraguai e a Venezuela a vetarem a reeleição em 1992. Mas nesse mesmo ano essa tendência se inverteu. O então presidente do Peru, Alberto Fujimori, que fora eleito em 1990, fechou o Congresso e mudou a Constituição: ele se reelegeu em 1995 e em 2000, mas denúncias de corrupção provocaram sua renúncia.
Na Argentina, Carlos Menem (eleito em 1989) conseguiu aprovar a reforma em 1994 e pôde ser reeleito em 1995. O aumento do desemprego, porém, deixou-o muito impopular. Deixou o cargo em 1999 e chegou a ser preso em 2001. Em 2003, desistiu de disputar o segundo turno contra Néstor Kirchner para evitar a derrota.
Em 1997, o então presidente Fernando Henrique Cardoso conseguiu aprovar a mudança na Constituição. Foi reeleito em 1998, mas a crise cambial e o apagão fizeram sua popularidade despencar -o que abriu caminho para a vitória de Lula.
Eleito em 1998, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, convocou uma Assembléia Constituinte em 1999. No ano seguinte, foi reeleito presidente, voltando a vencer em 2006.
Na Colômbia, Álvaro Uribe foi eleito presidente em 2002. Em 2005, ele obteve da Corte Constitucional uma autorização para se candidatar à reeleição e venceu o pleito de 2006.
Na Bolívia, o presidente Evo Morales, eleito em 2005, já defende a antecipação das eleições presidenciais para 2008 para obter um novo mandato.


Texto Anterior: Mantega cobra rigor fiscal nas contas do FMI
Próximo Texto: "Segundo mandato acirra disputa política"
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.