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Reitor da Unifesp gasta R$ 12 mil com cartão
Em viagens de trabalho no exterior, Ulysses Fagundes Neto fez compras pessoais em lojas de eletrônicos, cerâmicas e malas
Fagundes Neto deve ser
convocado para depor na
CPI dos Cartões; CGU abriu
auditoria para analisar só os
gastos com cartão do reitor
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em viagens internacionais
de trabalho, nos últimos dois
anos, o reitor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Ulysses Fagundes Neto,
usou seu cartão corporativo para fazer compras de mais de R$
12 mil em lojas de eletrônicos
nos Estados Unidos, em lojas
de cerâmicas na Espanha e de
malas Samsonite em Hong
Kong, entre outras.
O reitor deve ser convocado
para depor na CPI dos Cartões
Corporativos. A CGU (Controladoria Geral da União) abriu
uma auditoria para analisar só
os gastos com cartão do reitor.
Ulysses Fagundes Neto não
recebeu as diárias internacionais a que tem direito pelas viagens -por isso, ele foi obrigado
a devolver em 2006 apenas o
valor que foi gasto "a mais": R$
11,8 mil.
A CGU irá rever as contas daquele ano, devido às compras
feitas, e auditar os gastos de
cartão de 2007 até hoje.
Segundo a assessoria, ele terá
de ressarcir aos cofres públicos
tudo que for considerado irregular. O reitor da Unifesp já foi
obrigado a devolver também
verba gasta com o cartão em
uma drogaria e em restaurantes de luxo em São Paulo, o que
também é vetado.
A CPI dos Cartões Corporativos deve votar hoje requerimento de convocação do reitor.
O deputado Silvio Costa (PMN-PE) disse que ele terá que explicar os gastos.
Além das compras, Fagundes
Neto usou o cartão corporativo
para pagar hospedagem em hotéis de luxo -há conta até em
um palacete do século 17 perto
de Coimbra (Portugal)- e contas em restaurantes badalados
no exterior.
Na ausência das diárias, comida e hospedagem seriam
gastos lícitos, mas a CGU tem
dúvidas até sobre o comparecimento do reitor nos eventos de
trabalho.
Em viagem à China em 2007,
creditou R$ 2 mil de compras
na loja da Samsonite. Também
gastou quase R$ 3 mil em uma
loja de eletrônicos nos Estados
Unidos, a Best Buy.
Em viagem aos EUA em
2006, Fagundes Neto fez o
mesmo: usou o cartão para
compras de R$ 2 mil na CompUSA, de eletrônicos.
No mesmo ano, o reitor da
Unifesp aproveitou compromissos que tinha em Portugal
- na Universidade do Porto e
com o Laboratório Abbot- e
"esticou" para a Espanha, de
carro alugado com o cartão.
Comprou itens por R$ 1.400 na
loja de cerâmicas "Antigua Casa de Talaver" e foi a um restaurante com show de dança flamenca, tudo com o cartão.
Ainda em 2006, durante viagem a Berlin (Alemanha) para
um congresso e uma visita à Bayer, comprou com o cartão corporativo US$ 2,5 mil em lojas
da Nike e da Adidas. Era Copa
do Mundo e a CGU diz que não
há comprovação de cumprimento de agenda oficial.
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