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Conheça quem está na disputa
da Reportagem Local
da Sucursal do Rio
A disputa pelas distribuidoras da
Eletropaulo envolve pesos pesados. A VBC-energia fez parte do
consórcio que arrematou em novembro do ano passado a CPFL
(Companhia Paulista de Força e
Luz), responsável pelo fornecimento de energia em grande parte
do interior de São Paulo.
A VBC é fruto da associação de
três grandes grupos empresariais
brasileiros: Votorantim, Bradesco
e construtora Camargo Corrêa.
Na compra da CPFL, a VBC ficou com 45,32% do lote oferecido.
O restante foi adquirido por fundos de pensão. A venda da estatal
na época surpreendeu pelo ágio
que chegou a 70,1% em plena crise
asiática. Os compradores pagaram
R$ 3 bilhões pelo controle da companhia, quando o valor mínimo
era de R$ 1,79 bilhão.
Por trás da desconhecida Empresa Brasileira de Distribuição
Ltda, que disputará a compra do
controle acionário da Metropolitana, está um dos mais agressivos
conglomerados empresariais norte-americanos: a Enron Corporation, sediada em Houston.
O foco de atuação, fora dos Estados Unidos, está nos países em desenvolvimento. Um dos objetivos
estratégicos da empresa é conseguir o controle das reservas de gás
natural da América Latina.
A multinacional é dona de dois
campos de gás na Argentina (em
Neuquén e Terra do Fogo), cujas
reservas superam 400 bilhões de
metros cúbicos.
É a principal acionista do gasoduto Brasil-Bolívia, pelo lado boliviano. Além da distribuição de
gás, tem ainda reservas do combustível na Bolívia e no Peru . A
empresa atua também na exploração de petróleo, na construção de
termelétricas e hidrelétricas e na
distribuição de energia elétrica.
Nada desconhecida, sendo alvo
de reclamações dos consumidores
do Rio e multada pela Aneel
(Agência Nacional de Energia Elétrica) por má prestação de serviços, a Light tem fôlego de sobra
para concorrer ao leilão. A distribuidora, privatizada em 96, deve
apresentar lances para a Metropolitana e a Bandeirantes.
Com um nível de endividamento
considerado baixo (15% do patrimônio líquido) e controladores do
porte da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), EDF (Elétricité
de France) e das americanas
Houston e AES, a empresa ainda
tem a seu favor um balanço que
saiu do prejuízo já no primeiro
ano de gestão privada, atingindo
R$ 324 milhões em 97.
O próximo balanço, relativo ao
primeiro trimestre de 98, promete
ser melhor. Depois de dois meses
de consumo recorde de energia
(janeiro e fevereiro), espera-se que
o faturamento da empresa também atinja níveis recordes.
"A geração de caixa da Light é
muito grande. A empresa tem todas as condições de ganhar e pode
se endividar", disse Marcelo Monteiro, analista da área de energia
elétrica do Banco Pactual. Para ele,
a Light vai surpreender se apresentar lance para as empresas.
A Light tem 8,5% do mercado de
distribuição de energia do país.
Com as duas distribuidoras paulistas, extrapolaria os limites impostos pelo órgão regulador, tanto
no mercado nacional, que é de
20%, quanto no regional, de 25%.
Mas a Aneel dá um prazo de dois
anos para as empresas que ultrapassarem esses limites se enquadrarem. Para fontes ligadas à
Light, é um bom tempo.
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