São Paulo, quarta-feira, 15 de maio de 2002

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Mercadante ajudou a aproximar Previ e Steinbruch no leilão da Vale

DA SUCURSAL DO RIO

Na privatização da Vale (1997) e da Telebrás (1998), o argumento nacionalista uniu os interesses de dois setores antagônicos: o PT do deputado federal Aloizio Mercadante (SP) e o núcleo tucano ligado ao ex-diretor do BB (Banco do Brasil) Ricardo Sérgio Oliveira.
Mercadante, inimigo das privatizações, ajudou na aproximação entre a Previ (fundo de pensão dos funcionários do BB) e Benjamin Steinbruch, da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional).
Um dirigente da Previ disse à Folha que o petista apoiou a aproximação do fundo com Steinbruch, seu amigo há mais de 20 anos. Mercadante diz que nunca se envolveu nas privatizações, a não ser para contestá-las na Justiça, mas admitiu ter elogiado o empresário para dirigentes da Previ. "Se me perguntaram, elogiei. Seguramente, elogiei."
Ele disse que, com a inevitabilidade da privatização da Vale, a compra por um grupo nacional seria mal menor ante o risco de a empresa ficar com a gigante sul-africana Anglo American, do consórcio do grupo Votorantim.
Para o deputado, Steinbruch é um empreendedor e um dos poucos representantes do capital nacional que sobreviveram à desnacionalização da economia.
Ontem, em nota, Mercadante afirma que "lutou muito para impedir a privatização da empresa".
O governo decidiu convidar Mercadante a dar explicações na Comissão de Fiscalização e Controle sobre suposta interferência sua no caso.
(ELVIRA LOBATO e CHICO SANTOS)


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