São Paulo, segunda-feira, 15 de maio de 2006

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CASO CELSO DANIEL

Acusação formal a Sérgio Gomes da Silva deve ocorrer hoje

Promotoria prepara nova denúncia contra empresário

LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Promotoria Criminal de Santo André deve apresentar hoje uma nova denúncia (acusação formal na Justiça) contra empresário Sérgio Gomes da Silva, acusado de ser o mandante do assassinato do prefeito Celso Daniel (PT), por suposta fraude em 12 contratos firmados pela Prefeitura de Santo André no valor de cerca de R$ 50 milhões.
Além do ex-segurança, estão na mira do Ministério Público o ex-secretário municipal e ex-vereador Klinger Luiz de Oliveira Souza (PT), o empresário Ronan Maria Pinto e o ex-superintendente do Semasa, Maurício Mindrisz.
Segundo a Promotoria, os quatro atuaram, entre 1997 e 2002, para favorecer de forma ilícita a empresa Rotedali, que pertence a Ronan, em 12 contratos municipais de limpeza de rua, de coleta de lixo e de manutenção do aterro sanitário municipal.
Como funcionários graduados da administração petista, Klinger e Mindrisz teriam atuado na execução dos contratos considerados ilegais. Gomes da Silva, por sua vez, teria organizado o esquema, ao lado do prefeito assassinado em janeiro de 2002, e era um dos destinatários do dinheiro público.
Do total dos contratos, dez foram executados em caráter emergencial, ou seja, com a dispensa do processo licitatório -procedimento exigido de órgãos públicos para garantir a transparência da concorrência e o menor preço.
Para o Ministério Público Estadual, a morte do ex-prefeito está vinculada ao suposto esquema de propina montado na Prefeitura de Santo André. Parte do dinheiro, segundo testemunhas, foi destinado a um caixa dois para financiamento de campanhas do PT -o que o partido nega. Também segundo testemunhas, a partilha do dinheiro e a assinatura dos contratos viciados era feita em um restaurante em Santo André.
Gomes da Silva, Ronan e Klinger são réus em um processo criminal por suposta cobrança de propina de empresários do setor de transporte urbano na cidade de Santo André.
Na Justiça cível, os investigados foram condenados em primeira instância por improbidade administrativa (má gestão pública) por conta de contratos considerados lesivos ao município. Foram proibidos de contratar novamente com o poder público e tiveram seus direitos políticos suspensos.
O ex-segurança, que refuta a acusação de ter participado do assassinato de Daniel, também afirma ser inocente das acusações de corrupção na prefeitura. Klinger, Ronan e Mindrisz dizem nunca terem participado de qualquer esquema ilegal em Santo André.
Daniel foi seqüestrado na noite de 18 de janeiro de 2002. Ele estava em um carro guiado por Gomes da Silva. O corpo do petista foi encontrado dois dias depois em uma estrada de terra com ferimentos causados por arma de fogo e sinais de tortura. Sete homens da favela Pantanal estão presos pelo crime. Gomes da Silva responde em liberdade.


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