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Empresário diz ser mentor de gravação
GILMAR PENTEADO
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
O empresário Arthur Washeck
afirmou ontem que ele foi o único
mentor da gravação que revelou
um suposto esquema de corrupção nos Correios. A motivação seria comercial. Disse que fez isso
porque estaria sendo prejudicado
e queria derrubar do cargo Maurício Marinho, então chefe de departamento da estatal, flagrado na
fita recebendo R$ 3.000.
Para a Polícia Federal, a autoria
e a motivação da fita estão esclarecidas. Washeck depôs ontem na
PF, mas não foi indiciado. Na saída, só fez um relato e não respondeu às perguntas dos repórteres.
"Difícil para mim ter feito isso.
Nunca tinha feito isso na minha
vida, mas estava sendo perseguido", disse, sem dar detalhes.
Ele negou que a gravação tenha
sido motivada por uma multa que
a sua empresa sofrera dos Correios por não ter cumprido contrato. "A multa foi paga em 2002."
Para o delegado da PF Luiz Flávio Zampronha, não há dúvidas
sobre a autoria e a motivação da
gravação, feita em abril. "Agora a
investigação vai se concentrar na
existência ou não de corrupção."
Segundo Zampronha, Washeck
disse que não pretendia implodir
um esquema de corrupção, só
queria tirar Marinho do cargo.
À PF, o empresário disse que foi
o único mentor da gravação. Ele
afirmou que convidou o consultor de marketing Joel Santos Filho
para fazer as imagens. Washeck
também disse que encaminhou a
fita logo depois a Antonio Osório
Menezes Batista, então diretor de
Administração dos Correios. Ele
não sabe se Batista a recebeu.
A assessoria dos Correios disse
ontem que não poderia confirmar
o recebimento da gravação, o que
teria de ser feito o próprio Batista.
Ontem, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e
apreensão em dois imóveis no Rio
de Marcus Vinicius Vasconcelos
Ferreira, genro do deputado federal Roberto Jefferson (RJ).
Segundo Zampronha, a ação foi
feita pela PF e pelo Ministério Público Federal. A fita indica que
Ferreira é um dos contatos de Marinho no PTB. O delegado disse
que a PF convocará o deputado a
prestar informações, pois pode
ajudar a esclarecer envolvimento
de outras pessoas. Como tem foro
privilegiado, Jefferson não é obrigado a comparecer.
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