São Paulo, quarta-feira, 15 de junho de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Fita era para tirar Marinho do cargo, afirma consultor

GILMAR PENTEADO
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

A gravação que revelou o suposto esquema de corrupção dos Correios não foi a primeira operação montada pelo consultor em marketing Joel Santos Filho e o empresário Artur Washeck para tentar desmascarar a cobrança de propina em licitações com indícios de irregularidades.
Os dois se conheceram em 1992, em uma dessas ações. Santos Filho, libertado anteontem depois de cumprir prisão temporária de cinco dias, afirma que trabalhou no MEC (Ministério da Educação) entre 1992 e 1994. Washeck o teria procurado para denunciar suposta cobrança de propina em uma licitação, que teria sido suspensa. Em 2003, uma nova operação, desta vez sobre uma licitação na Prefeitura de São Paulo, administrada pelo PT.
"Fiz tudo isso sem cobrar nada. Foi por amizade."
 

Folha - Desde quando o sr. conhece Artur Washeck?
Joel Santos Filho -
Desde 1992. Eu era coordenador de operações da Secretaria de Projetos Educacionais Especiais do MEC. E ele era um dos fornecedores. Ele avisou que (...) estava havendo cobrança de propina dos fornecedores para entrarem na licitação.

Folha - O sr. atuou com ele para anular outra licitação?
Santos Filho -
Na Prefeitura de São Paulo, uma licitação de uniformes escolares. Ele queria participar e não conseguia. Ele publicou antes em um jornal os vencedores da licitação. Acertou. Tentou falar com a administração. Não conseguiu e eu entreguei para um vereador [Marcos Zerbini, PSDB].

Folha - Qual era a intenção ao gravar Maurício Marinho?
Santos Filho -
A idéia era tirar o Marinho do cargo porque ali estava havendo o favorecimento de algumas empresas.


Texto Anterior: Empresário diz ser mentor de gravação
Próximo Texto: Toda mídia - Nelson de Sá: Chega
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.