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Fita era para tirar Marinho do cargo, afirma consultor
GILMAR PENTEADO
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
A gravação que revelou o suposto esquema de corrupção
dos Correios não foi a primeira
operação montada pelo consultor em marketing Joel Santos Filho e o empresário Artur
Washeck para tentar desmascarar a cobrança de propina
em licitações com indícios de
irregularidades.
Os dois se conheceram em
1992, em uma dessas ações.
Santos Filho, libertado anteontem depois de cumprir prisão
temporária de cinco dias, afirma que trabalhou no MEC
(Ministério da Educação) entre
1992 e 1994. Washeck o teria
procurado para denunciar suposta cobrança de propina em
uma licitação, que teria sido
suspensa. Em 2003, uma nova
operação, desta vez sobre uma
licitação na Prefeitura de São
Paulo, administrada pelo PT.
"Fiz tudo isso sem cobrar nada. Foi por amizade."
Folha - Desde quando o sr. conhece Artur Washeck?
Joel Santos Filho - Desde 1992.
Eu era coordenador de operações da Secretaria de Projetos
Educacionais Especiais do
MEC. E ele era um dos fornecedores. Ele avisou que (...) estava
havendo cobrança de propina
dos fornecedores para entrarem na licitação.
Folha - O sr. atuou com ele para anular outra licitação?
Santos Filho - Na Prefeitura de
São Paulo, uma licitação de
uniformes escolares. Ele queria
participar e não conseguia. Ele
publicou antes em um jornal os
vencedores da licitação. Acertou. Tentou falar com a administração. Não conseguiu e eu
entreguei para um vereador
[Marcos Zerbini, PSDB].
Folha - Qual era a intenção ao
gravar Maurício Marinho?
Santos Filho -A idéia era tirar
o Marinho do cargo porque ali
estava havendo o favorecimento de algumas empresas.
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