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Apoiado por serristas, Kassab oficializa candidatura em SP
Vice de Serra, Alberto Goldman, chama prefeito de "Alckmin" e de "Geraldo Kassab'
Prefeito fez críticas à gestão
do PT e a Alckmin e disse que
político responsável sabe a
importância de esquecer a
vaidade e preservar a aliança
CATIA SEABRA
FERNANDO BARROS DE MELLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Numa flagrante demonstração do racha partidário, uma
caravana de tucanos participou
ontem do lançamento da candidatura do prefeito Gilberto
Kassab (DEM) à reeleição em
São Paulo. A pedido do governador José Serra (PSDB), que
está em viagem no Japão, o vice-governador Alberto Goldman participou da convenção.
Em discurso, defendeu aliança
já no primeiro turno. "Não posso antecipar o resultado da
convenção, mas espero que essa aliança política seja transformada de imediato numa aliança eleitoral", disse, referindo-se
à convenção do PSDB no dia 22.
"Se não for possível, estaremos juntos em 90 dias".
Apesar do discurso, Goldman
acabou vaiado por ter cometido
dois atos falhos -ele chamou
Kassab de Geraldo Alckmin e,
depois, de Geraldo Kassab.
Em seguida, se justificou:
"Nossa aliança é tão forte que
confundi os nomes". "Como
disse Kassab, Alckmin faz parte
do seu governo", disse.
O vice-governador deixou
claro que representava Serra
no evento, institucionalmente.
Isso tudo exatamente a uma
semana da convenção do
PSDB, que vai decidir se Geraldo Alckmin será o candidato
tucano. Um ônibus levou ontem os kassabistas da casa do
prefeito até a Assembléia Legislativa, onde foram realizadas
simultaneamente as convenções do DEM e do PMDB.
Dez subprefeitos e sete vereadores do PSDB participaram do encontro, que custou
R$ 50 mil. Um dos organizadores da caravana, o secretário
municipal dos Esportes, Walter Feldman, chegou a levar faixas em apoio à aliança.
Outro tucano elogiou o jingle
da campanha, tocado nas caixas
de som dentro e fora do plenário da Assembléia, onde ocorreu a oficialização da candidatura. "Não temos que mudar/
Está andando direito/ Quero
continuar/ É Kassab prefeito."
Ex-tucana, hoje no PHS, Zulaiê Cobra anunciou seu apoio
ao prefeito e recorreu a um dos
expedientes usados por Alckmin. Lembrou de Mario Covas,
morto em 2001. "Estou aqui representando um grande homem, que foi o Mario Covas."
Kassab agradeceu nominalmente a presença dos tucanos,
entre eles os vereadores Gilberto Natalini e Netinho e o vice-governador, Alberto Goldman.
Segundo o prefeito, a aliança
com o PSDB é indestrutível.
Sem citar em nenhum momento a ex-ministra Marta Suplicy, pré-candidata do PT,
Kassab atacou a "inapetência"
e "incompetência administrativa" da gestão petista. "Vimos
que para salvar a saúde e a educação não podíamos ficar na superficialidade. Não podíamos
ficar no botox, contra a herança
que recebemos", afirmou.
"Não podemos permitir que
os responsáveis pelos problemas que enfrentamos ponham
a perder tudo que construímos", completou o prefeito.
No final do discurso de mais
de 20 minutos, ele alfinetou
Alckmin. "Todos sabem que
não se trata de projeto pessoal
[a candidatura]. E quem é político responsável sabe a importância de esquecer as vaidades
e os projetos pessoais quando
se trata de preservar alianças,
agir com lealdade", afirmou.
O presidente nacional do
DEM, Rodrigo Maia, também
fez questão de afirmar que a administração municipal é o "governo Serra/Kassab".
Na saída do evento, no palco
montado no estacionamento
da Assembléia, Kassab discursou para militantes do DEM do
PR, do PV, tucanos e do PMDB.
Somente o vereador Milton
Leite (DEM), disponibilizou
três ônibus para levar pessoas
da região da Capela do Socorro.
À tarde, os vereadores tucanos e delegados pró-Kassab se
reuniram e decidiram manter a
proposta de aliança. Eles têm
até terça-feira para inscrever a
tese para a convenção.
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