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Pontos polêmicos de projeto devem
sofrer resistência
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As medidas previstas na
Política Nacional de Habitação devem enfrentar resistências dentro e fora do governo por tocarem em pontos polêmicos. A minuta do
projeto de lei e o documento
anexo estão sendo submetidos a setores estratégicos do
governo, como Receita Federal e Casa Civil.
As mudanças de alívio tributário, por exemplo, podem ser alvo de discordância
interna. A dedução no Imposto de Renda de juros pagos nos financiamentos habitacionais chegou a ser estudada pelo governo de forma casada com o fim da
isenção do imposto para a
caderneta de poupança.
Essa seria uma forma de
compensar uma eventual
perda de arrecadação e estimular o mercado imobiliário. Na semana passada, entretanto, o Banco Central
anunciou que o projeto do
fim da isenção da poupança
foi engavetado.
A Folha apurou que, apesar da mudança de rota do
BC, a última versão do projeto de lei e do documento sobre a Política Nacional de
Habitação traz a dedução
para os mutuários. O próprio grupo que elaborou a
nova política divergia sobre
o assunto, mas a decisão final foi pela manutenção da
medida. Técnicos envolvidos na elaboração das propostas destacam que a canalização de recursos para o
FIS (Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social)
também deve gerar divergências políticas.
O fundo concentraria todos os recursos do Orçamento para aplicação em
habitação. Isso acabaria com
as emendas individuais de
parlamentares sobre a destinação desse dinheiro.
Além disso, o governo teria que negociar com o Codefat (Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao
Trabalhador), que é responsável pela gestão do dinheiro
do FAT, e com o Conselho
Curador do FGTS (Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço) o redirecionamento
dos recursos para o FIS.
Depois de aprovado internamente no Executivo, o
projeto de lei será enviado ao
Congresso, que ainda poderá modificar a proposta. As
chances de aprovação neste
ano são pequenas, devido às
eleições em outubro. Não
haveria tempo para aprovação. Já o documento anexo,
que também traz mudanças,
pode ser aplicado imediatamente desde que encontre
consenso no governo.
(JS)
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