São Paulo, domingo, 15 de julho de 2007

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Políticos do Brasil se saem mal em classificação dos diplomatas

DE WASHINGTON

O então deputado federal Leonel Brizola é um "demagogo, mais que um tipo intelectual" e "tem dito que quer ser o Fidel Castro do Brasil". O governador de Pernambuco, Miguel Arraes, tem uma mulher "commie" (abreviação de comunista em inglês) e o próprio também "pode ser "commie'".
O presidente João Goulart é "infantil e errático", de "personalidade demagoga", e não deve ser "commie", pois é muito tolerante com eles, "porque são úteis para ele". Carlos Lacerda, governador da Guanabara? "Anti-"commie" número 1". Adhemar de Barros, governador de São Paulo? "Rouba, mas está do nosso lado".
Foi assim, rabiscando, quase com a informalidade de um encontro de botequim, que Lincoln Gordon e o secretário-assistente de Estado Thomas Mann (autor dos rabiscos) avaliaram os principais políticos brasileiros, segundo notas de 22 de janeiro de 1964, parte dos documentos liberados.
A superioridade com que os diplomatas tratam os políticos é inversamente proporcional à boa conta em que têm os militares. "Castello Branco é talvez o general do Exército mais energético, corajoso e responsável na ativa", escreve Gordon em 26 de março. Em outro documento, dois dias depois, ele não se contém: o futuro primeiro presidente militar brasileiro é "altamente competente, discreto, honesto e altamente respeitado". (SD)


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