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Políticos do Brasil se saem mal em classificação dos diplomatas
DE WASHINGTON
O então deputado federal
Leonel Brizola é um "demagogo, mais que um tipo intelectual" e "tem dito que quer ser o
Fidel Castro do Brasil". O governador de Pernambuco, Miguel Arraes, tem uma mulher
"commie" (abreviação de comunista em inglês) e o próprio
também "pode ser "commie'".
O presidente João Goulart é
"infantil e errático", de "personalidade demagoga", e não deve ser "commie", pois é muito
tolerante com eles, "porque são
úteis para ele". Carlos Lacerda,
governador da Guanabara?
"Anti-"commie" número 1".
Adhemar de Barros, governador de São Paulo? "Rouba, mas
está do nosso lado".
Foi assim, rabiscando, quase
com a informalidade de um encontro de botequim, que Lincoln Gordon e o secretário-assistente de Estado Thomas Mann (autor dos rabiscos) avaliaram os principais políticos
brasileiros, segundo notas de
22 de janeiro de 1964, parte dos
documentos liberados.
A superioridade com que os
diplomatas tratam os políticos
é inversamente proporcional à
boa conta em que têm os militares. "Castello Branco é talvez
o general do Exército mais
energético, corajoso e responsável na ativa", escreve Gordon
em 26 de março. Em outro documento, dois dias depois, ele
não se contém: o futuro primeiro presidente militar brasileiro
é "altamente competente, discreto, honesto e altamente respeitado".
(SD)
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