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OUTRO LADO
Para senador, denunciante mente
DA AGÊNCIA FOLHA
Indignado com o depoimento
de Nilton Antonio Monteiro, o senador Eduardo Azeredo (PSDB),
por meio da sua assessoria, enviou comunicado à Folha criticando o depoente. Diz que ele
"mente", que é "falsificador com
extensa ficha criminal" e que o deputado estadual Rogério Correia
(PT) se juntou a ele na divulgação
de documentos apócrifos.
"O denunciante Nilton Antonio
Monteiro é conhecido falsificador
de documentos", diz o texto, que
afirma ainda que Monteiro "falsificou" assinatura do próprio advogado e documentos de uma mineradora, que "usa a conta bancária do pai", já morto, e que já foi
denunciado por "roubo de documentos e talões de cheques".
O senador diz que "nunca se
reuniu com Monteiro para discutir débitos da campanha ou propostas de emprego" e afirma que
os depoimentos de Monteiro no
Ministério Público Federal do Rio
"são recheados de incongruências, contradições e versões fantasiosas e estapafúrdias dos fatos".
Campanhas
O senador também afirma que
Monteiro "nunca teve ligações
com campanhas do PSDB".
Na última sexta, Azeredo já havia negado todas as denúncias.
Afirmou que não montou "caixa
dois" com dinheiro de estatais em
sua campanha ao governo em 98 e
disse desconhecer Monteiro.
Ex-governador de Minas (1995-98), ele disse que Monteiro esteve
uma vez neste ano em seu gabinete, em Belo Horizonte, sendo
atendido por um de seus advogados. Mas Azeredo disse não saber
o motivo da visita. Ele considera
isso uma "armação", assim como
a lista apócrifa do suposto esquema de financiamento irregular de
campanhas em Minas montado
por Marcos Valério de Souza para
o PSDB nas eleições daquele ano.
Na sexta, ele acusou "setores do
PT" de quererem difamá-lo "para
tentar compensar os problemas
que o PT está vivendo". No dia seguinte, ele acusou o deputado estadual Rogério Correia (PT) de ter
levado Monteiro ao MPF em Belo
Horizonte e que, antes disso, Correia "procurou jornalistas e redações [de jornais] para tentar divulgar documentos apócrifos sobre a campanha de 98".
De fato, foi o deputado petista
quem levou Monteiro para uma
reunião informal com o procurador-chefe Eduardo Fonseca. Na
reunião, apurou a Folha, Monteiro nomeou petistas mineiros que
teriam recebido dinheiro do suposto esquema de Valério em 98.
O deputado Correia disse que
foi procurado por Monteiro e o levou ao MPF, mas negou ter distribuído documentos apócrifos.
Estatais
O subsecretário de Comunicação do governo de Minas, Eduardo Guedes Neto, afirmou que Cemig, Loteria Mineira e Credireal
não patrocinaram o Enduro da
Independência de 1998.
Naquele ano, Guedes era secretário-adjunto de Comunicação de
Azeredo e assinou ofícios recomendando que as estatais Copasa
e Comig patrocinassem o evento
esportivo em R$ 1,5 milhão cada
uma. O dinheiro foi repassado a
uma conta da SMPB Comunicação -organizadora do evento-
no Banco Rural. Guedes disse ainda que é "muito provável" que o
Bemge não tenha patrocinado,
pois a privatização do banco estava sendo concluída naquela época. (THIAGO GUIMARÃES e PAULO PEIXOTO)
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