LIEGE ALBUQUERQUE
DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, disse ontem que a "especialidade" do governo federal foi "criar 12 milhões de desempregados em oito anos". "Não é o povo que quer demais [empregos], é o governo que dá de menos", disse.
O petista fez a declaração durante comício ontem em Mauá, na região metropolitana de São Paulo, no lançamento do programa de emprego do candidato ao governo de São Paulo pelo partido, deputado José Genoino.
Lula disse que não prometerá "milagres". "Mas não terei sossego até que cada cidadão possa comer três pratos de comida por dia. Se não investir em emprego agora, teremos de investir em cadeias para prender Fernandinhos Beira-Mar espalhados por aí."
Durante o comício, Lula ficou emocionado ao relembrar nove meses em que disse ter ficado desempregado, em 1965. "Todos os outros candidatos só sabem o que é desemprego pelas estatísticas. Eu ia de casa a pé procurar trabalho na Volkswagen, na Mercedes Benz. Saía de manhã e voltava à tarde sem nada", afirmou.
Debaixo de chuva fina, foram ao comício 7.000 pessoas, segundo os organizadores, ou 5.000, segundo a Polícia Militar.
Lula deverá participar de cinco outros compromissos de campanha de Genoino essa semana no Estado de São Paulo. É uma tentativa de usar a liderança do campeão nas pesquisas entre os presidenciáveis para alavancar o candidato ao governo petista. No último Datafolha, Genoino tem 17%, atrás dos adversários Paulo Maluf (PPB), que aparece com 35%, e Geraldo Alckmin (PSDB), 25%.

Promessas
Genoino, em seu programa de emprego, promete criar 3,2 milhões de postos de trabalho. Nacionalmente, o programa de Lula promete criar "pelo menos" 10 milhões de empregos. Destes 3,2 milhões, de acordo com Genoino, 1,2 milhão dependerá da vitória de Lula. "Com Lula, haverá crescimento de 5% da economia, possibilitando a criação desses novos postos de trabalho", afirmou.


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