|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Jobim atribui tentativa de controle
à falta de objetividade da imprensa
DA REPORTAGEM LOCAL
O debate sobre os limites que
deveriam ser impostos à imprensa e a escalada de medidas que podem limitar a atuação de jornalistas se acirram em períodos no
qual os meios de comunicação
tornam-se menos objetivos. A
avaliação é do presidente do STF
(Supremo Tribunal Federal), ministro Nelson Jobim, que participou ontem do 5º Congresso Brasileiro de Jornais.
Segundo o argumento de Jobim, quanto menos objetivo o trabalho dos jornalistas, maior a reação da sociedade para tentar criar
mecanismos para reprimi-lo.
"Movimentos de repressão tem
um relação de causa com o grau
de objetividade", disse o ministro.
O jornalista e ombudsman da
Folha, Marcelo Beraba, que mediava o debate do qual Jobim participava, discorda do presidente
do Supremo. O argumento do
jornalista é que as tentativas para
reprimir ou controlar o trabalho
da imprensa e dos jornalistas aumentam justamente quando trabalhos bem documentados e fundamentados incomodam setores
da sociedade, "principalmente a
classe política".
"O movimento de repressão
acontece quando aumenta o papel de denúncia, não ocorre quando a imprensa é leviana", argumentou Beraba.
Ambos, no entanto, concordaram que as discussões a respeito
da legislação a que a imprensa está sujeita tende a vir à tona em
momentos muito "emocionalizados". Tanto Jobim quanto Beraba
afirmaram que os meios de comunicação e os jornalistas deveriam debater de forma mais sistemática o papel e os limites da
atuação da imprensa.
Eles participaram de debate no
qual estavam também presentes
Alexandre Moares, secretário de
Justiça do Estado de São Paulo, e o
procurador-geral de Justiça de
São Paulo, Rodrigo Pinho.
Texto Anterior: Jornalistas se opõem ao CFJ, revela consulta Próximo Texto: Senadores criticam Gil em audiência sobre audiovisual Índice
|