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RIBEIRÃO PRETO
Empresário atuou ao lado de ministro na prefeitura da cidade
Polícia faz busca na casa
de ex-secretário de Palocci
ROGÉRIO PAGNAN
DA FOLHA RIBEIRÃO
Uma blitz liderada pelo Ministério Público Estadual anteontem à
tarde resultou na apreensão de
documentos, notas fiscais, computadores e US$ 7.000 na casa do
empresário Rogério Buratti, em
Ribeirão Preto, na sede da empreiteira Leão Leão, também em
Ribeirão, e na Prefeitura de Sertãozinho, do PSDB.
Buratti foi secretário de Governo do ministro Antonio Palocci
(Fazenda) na sua primeira gestão
na Prefeitura de Ribeirão (93-96).
A ação tinha como foco contrato para coleta de lixo e varrição de
ruas entre a prefeitura e a empreiteira, no valor de R$ 22,5 milhões,
durante cinco anos. O contrato foi
assinado em 24 de agosto pelo
prefeito José Alberto Gimenez
(PSDB), candidato à reeleição.
Segundo a Folha apurou, a suspeita é que a concorrência foi uma
farsa para entregar o contrato ao
grupo Leão Leão. A licitação já havia sido anulada em junho, depois
que o TCE (Tribunal de Contas do
Estado) multou Gimenez em R$
6.000 por irregularidade no edital,
que exigia 100% de capacitação
técnica da empresa vencedora.
Levado a Ribeirão por Palocci, o
empresário foi exonerado do cargo em 1994 após suposto favorecimento de empresas em licitações.
Após sair da prefeitura, ocupou
cargos na Leão Leão. Em março,
foi afastado da vice-presidência
por suspeita de participação no
caso Waldomiro Diniz, ex-assessor do ministro José Dirceu flagrado em vídeo de 2002 pedindo
propina e doação a campanhas.
Ontem, a Leão Leão apresentou
pedido à Justiça para que fossem
devolvidos os documentos não
relacionados ao contrato investigado, o que foi negado.
Outro lado
A Prefeitura de Sertãozinho e a
Leão Leão informaram que não
há irregularidades na licitação investigada pelo Ministério Público
e que irão colaborar com a Justiça
para provar a lisura do processo.
Rogério Buratti foi procurado
para comentar o assunto, mas
não foi encontrado. Seus advogados não se pronunciaram.
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