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Impasse prorroga apresentação da nova versão da proposta tributária
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O impasse nas negociações com
os governadores levou o relator
da reforma tributária no Senado,
Romero Jucá (PMDB-RR), a adiar
de hoje para a quarta-feira da próxima semana a apresentação da
nova versão do projeto -que, admite o próprio Jucá, não deverá
ser a definitiva.
Segundo a Folha apurou, o atraso também tem raízes nos entendimentos do PMDB, cujos 23 senadores o tornam a maior bancada da Casa (que tem 81 membros), com o Planalto. A condução da reforma é uma boa oportunidade para o partido estabelecer
as condições de seu ingresso no
ministério do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
"O relatório [da reforma] está
bem encaminhado, e a idéia é maturar por mais alguns dias, discutindo também algumas questões
com o PMDB", disse o relator.
Pelos planos originais do Senado, a nova versão do projeto, que
reformularia o texto aprovado pela Câmara, já seria conhecida hoje
e estaria aprovada até o final do
mês pela Comissão de Constituição e Justiça.
Por trás da estratégia, estava o
interesse do governo em obter
ainda neste ano a prorrogação da
CPMF e da DRU (Desvinculação
de Receitas da União, que permite
o uso livre de 20% das receitas)
-além de, se possível, rever algumas das concessões aos Estados
aprovadas pela Câmara.
A reação dos governadores não
permitiu que a idéia prosperasse.
Eles não aceitaram abrir mão das
vantagens já obtidas e listaram,
em audiência anteontem no Senado, novas reivindicações.
Na prática, o relatório de Jucá
acabará preservando a maior parte das regras aprovadas pela Câmara, o que deve permitir a aprovação ainda neste ano das medidas de interesse mais imediato do
governo e dos Estados.
(GUSTAVO PATÚ)
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