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CASO SANTO ANDRÉ
Objetivo era encontrar material que esclarecesse dúvidas sobre assassinato de Celso Daniel; para promotor, busca não produziu resultados
Polícia faz busca em escritórios de legista
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Com autorização judicial, a Polícia Civil e o Ministério Público
realizaram ontem busca e apreensão em dois escritórios do perito
Carlos Delmonte Printes, encontrado morto na quarta-feira.
O foco da busca eram materiais
relacionados ao caso do prefeito
assassinado de Santo André, Celso Daniel (PT). Printes fez a autópsia do corpo do petista e, em
agosto, havia recebido um pedido
da Promotoria para que esclarecesse cerca de 15 questões sobre a
morte. O perito não chegou a
apresentar o resultado do estudo.
Ainda em agosto, Printes afirmou que Daniel foi brutalmente
torturado antes de ser morto, em
janeiro de 2002. Disse ainda que
afastava a possibilidade de crime
comum -por conta disso, contou ter sido punido por superiores e rebaixado de cargo.
Na sala destinada a estudos que
Printes mantinha na rua Botucatu, em São Paulo, onde morreu,
promotores e policiais encontraram apenas uma transparência
com gráfico, anotações sobre estilhaços encontrados no ombro direito de Daniel e uma fotografia
ampliada de uma superfície rugosa. Em todos os materiais estava
anotado "Santo André".
Na pequena sala, separada por
uma estante, havia muitos livros
empoeirados, garrafas de vinho
fechadas e lembranças da família.
"Foi uma busca infrutífera",
disse o promotor Roberto Wider
Filho após passar três horas no local, ao lado da promotora Adriana Ribeiro Soares de Morais, e de
dois delegados da polícia.
O segundo local vasculhado pela polícia foi o escritório mantido
por Printes no IML (Instituto Médico Legal), local de trabalho nos
últimos 21 anos.
A autorização para a busca e
apreensão foi dada pelo juiz de
Itapecerica da Serra (SP) Luiz Fernando Prestes, que é o responsável pelo processo de homicídio
qualificado de Daniel.
Perito
A causa da morte de Printes ainda é desconhecida. Os primeiros
exames em seu corpo descartaram a possibilidade de morte natural e apontaram para possível
envenenamento, mas isso ainda
deverá ser confirmado.
Promotores e policiais consideram remota a possibilidade de assassinato no caso de Printes. Dois
dias antes de morrer, o legista entregou a um dos filhos uma carta
manuscrita em que fala como deveria ser seu funeral.
Peritos do IML colheram material do corpo do perito para realizar os exames necessários de
identificação da causa da morte.
O resultado deverá ficar pronto
em até duas semanas.
O legista foi sepultado na manhã de ontem no cemitério Israelita do Butantã. A família havia
tentado um autorização para que
o corpo fosse cremado -como
era vontade do próprio perito-,
mas o pedido foi negado.
Printes foi a sétima pessoa que
teve algum contato com Daniel a
morrer. As demais pessoas, no
entanto, tiveram morte violenta
-cinco por armas de fogo e uma
foi atirada de uma moto após
uma perseguição.
Celso Daniel foi seqüestrado na
noite de 18 de janeiro de 2002
quando estava em uma Pajero
guiada pelo ex-segurança Sérgio
Gomes da Silva -apontado como o mandante do crime. O corpo do petista foi encontrado dois
dias depois com oito tiros.
Gomes da Silva nega ser o autor
do crime. Ele disse que ele era
muito amigo de Daniel.
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