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ELEIÇÕES 2006
Empresas pró-Lula agora doam para Alckmin
Resultados de pesquisas
influenciariam doações
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A chegada do tucano Geraldo
Alckmin ao segundo turno provocou um movimento no universo empresarial. O comando
da campanha do candidato foi
procurado até por empresas
que evitaram fazer contribuições na primeira etapa da corrida presidencial.
Entre os novos colaboradores, duas grandes empresas antes associadas ao adversário
Luiz Inácio Lula da Silva, uma
delas do comércio varejista.
"Está vindo até numa velocidade maior do que no primeiro
momento", afirma o tesoureiro
da campanha tucana, Paulo
Bressan, numa referência ao
fluxo de recursos.
Segundo Bressan, empresas
de médio porte também buscaram, espontaneamente, o comitê eleitoral para oferecer
apoio à candidatura de Alckmin. Em dez dias úteis, o comando da campanha teria arrecadado -incluídas promessas
de doações- o suficiente para
cobrir o orçamento fixado para
o segundo turno, aproximadamente R$ 16 milhões.
O comando da campanha terá ainda que viabilizar cerca de
R$ 15 milhões de despesas assumidas no primeiro turno
sem que ainda estejam cobertas. "Temos ainda que arrecadar recursos para gastos do primeiro turno", disse o coordenador-geral da campanha, senador Sérgio Guerra (PE).
A ampliação da vantagem de
Lula sobre Alckmin tem provocado, no entanto, preocupação
no comando do PSDB. O medo
é que a diferença de onze pontos percentuais, segundo o Datafolha, afaste os doadores.
O PT, por sua vez, passou por
processo diferente. Nos primeiros dias do segundo turno,
dizem petistas ligados à arrecadação, diminuiu o volume de
recursos arrecadados em comparação aos meses anteriores.
Agora, após a divulgação de
pesquisas que apontam para a
liderança de Lula, o ritmo voltou ao do primeiro turno.
Segundo petistas, há setores
da economia -representados
em federações- que estão encomendando pesquisas diárias
para acompanhar a evolução da
disputa. Os resultados influenciariam na hora de contribuir
com os candidatos.
Em geral, os setores que colaboram com as campanhas no
segundo turno são as mesmas
do primeiro. No primeiro turno, Lula obteve, segundo o comando das duas campanhas,
maior apoio entre bancos, siderurgia e construção; Alckmin,
no agronegócio, além de grupos
como Gerdau e Votorantim.
No segundo turno, essas empresas voltam a ser procuradas.
Quando está esgotado o cardápio das grandes empresas, os
comitês investem nas de médio
e pequeno porte.
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