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Quase houve exagero de morfina em 2003, diz Lula
Em evento em São Paulo, presidente explica arrocho no primeiro mandato
Segundo petista, leilão de rodovias é resultado da política econômica; Lula critica de forma indireta as privatizações da gestão FHC
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que o
crescimento do Brasil é resultado da política adotada durante a primeira gestão dele, em
2003, quando o país cresceu
1,15%. À época, disse o presidente, quase houve um "exagero de morfina".
"O arrocho que fizemos em
2003 não foi coisa pequena. Foi
uma dose de morfina que quase, quase exageramos, porque
era a única possibilidade que tínhamos de recuperar um paciente que, há mais de duas décadas e meia, dava sinais de não
ir para frente", disse Lula.
Em fevereiro de 2004, o
IBGE divulgou que o PIB havia
caído 0,2% em 2003. Revisões
posteriores, no entanto, reverteram esse resultado para um
crescimento de 1,15%. No ano
passado, o país cresceu 3,70%.
"Durante décadas e décadas,
o Brasil deu sinais de que ia dar
um salto de qualidade. Mas
nunca era um salto. Era, quando muito, um pulinho. E o país
voltava à normalidade da mediocridade", disse Lula no ato
de abertura da 16ª Fenatran
(Salão Internacional do Transporte), no Parque do Anhembi,
em São Paulo.
Animado pelos elogios que
recebeu dos organizadores do
evento, o presidente citou o leilão de rodovias federais, ocorrido na semana passada, como o
resultado da política econômica. Sem citar nomes nem siglas,
Lula criticou a gestão de seu antecessor, Fernando Henrique
(PSDB), que privatizou empresas públicas que estavam em
dificuldades financeiras.
"Uma coisa é fazer um leilão
quando o paciente está moribundo, agonizante, e oportunistas oferecem propostas abusivas e, quem está moribundo,
não tem direito de reagir." Lula
disse que hoje, com a economia
totalmente estável, o país pôde
impor regras e conseguir melhores condições no leilão.
Participaram do evento os
ministros Miguel Jorge (Desenvolvimento), Luiz Marinho
(Previdência), Franklin Martins (Comunicação) e o prefeito
de São Paulo Gilberto Kassab.
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