São Paulo, segunda-feira, 15 de outubro de 2007

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Quase houve exagero de morfina em 2003, diz Lula

Em evento em São Paulo, presidente explica arrocho no primeiro mandato

Segundo petista, leilão de rodovias é resultado da política econômica; Lula critica de forma indireta as privatizações da gestão FHC

LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que o crescimento do Brasil é resultado da política adotada durante a primeira gestão dele, em 2003, quando o país cresceu 1,15%. À época, disse o presidente, quase houve um "exagero de morfina".
"O arrocho que fizemos em 2003 não foi coisa pequena. Foi uma dose de morfina que quase, quase exageramos, porque era a única possibilidade que tínhamos de recuperar um paciente que, há mais de duas décadas e meia, dava sinais de não ir para frente", disse Lula.
Em fevereiro de 2004, o IBGE divulgou que o PIB havia caído 0,2% em 2003. Revisões posteriores, no entanto, reverteram esse resultado para um crescimento de 1,15%. No ano passado, o país cresceu 3,70%.
"Durante décadas e décadas, o Brasil deu sinais de que ia dar um salto de qualidade. Mas nunca era um salto. Era, quando muito, um pulinho. E o país voltava à normalidade da mediocridade", disse Lula no ato de abertura da 16ª Fenatran (Salão Internacional do Transporte), no Parque do Anhembi, em São Paulo.
Animado pelos elogios que recebeu dos organizadores do evento, o presidente citou o leilão de rodovias federais, ocorrido na semana passada, como o resultado da política econômica. Sem citar nomes nem siglas, Lula criticou a gestão de seu antecessor, Fernando Henrique (PSDB), que privatizou empresas públicas que estavam em dificuldades financeiras.
"Uma coisa é fazer um leilão quando o paciente está moribundo, agonizante, e oportunistas oferecem propostas abusivas e, quem está moribundo, não tem direito de reagir." Lula disse que hoje, com a economia totalmente estável, o país pôde impor regras e conseguir melhores condições no leilão.
Participaram do evento os ministros Miguel Jorge (Desenvolvimento), Luiz Marinho (Previdência), Franklin Martins (Comunicação) e o prefeito de São Paulo Gilberto Kassab.


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