DA REDAÇÃO

A Câmara Municipal de Santo André aprovou ontem a prorrogação por mais 30 dias dos trabalhos da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que apura a existência de um suposto esquema de propinas na cidade.
Com a decisão, o prazo para a entrega do relatório final passa para 17 de dezembro. Essa é a segunda vez que a CPI, criada em junho, tem seu término adiado.
Segundo o presidente da comissão, vereador Antonio Leite (PT), o pedido de adiamento foi assinado por todos os seus integrantes.
Leite disse que não haveria tempo para concluir o relatório, já que anteontem a CPI ouviu uma testemunha-chave, o empresário Luiz Alberto Gabrilli Filho, 67.
Seu depoimento deveria ter sido tomado em 16 de outubro, antes do segundo turno da eleição para presidente. Mas uma manobra dos vereadores jogou o depoimento para este mês e provocou o primeiro adiamento da CPI.
No depoimento de anteontem, Gabrilli confirmou o que já havia dito ao Ministério Público. Disse ter pago -de 1997 até dezembro de 2001- propina para poder operar linhas de ônibus em Santo André, cidade que é administrada pelo PT desde 1997.
Gabrilli foi uma das principais testemunhas ouvidas pelo Ministério Público em pedido de ação criminal contra Klinger Luiz de Oliveira Souza e Ronan Maria Pinto e outras quatro pessoas por extorsão e formação de quadrilha.
Os promotores investigam a suspeita de que o dinheiro seria usado para financiar campanhas do PT. A denúncia (acusação formal) foi encaminhada pelo MP em junho e aceita depois pela Justiça. No último dia 5, o Tribunal de Justiça de São Paulo anulou a denúncia, com a justificativa de que os acusados não foram ouvidos na investigação. (RF)



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