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Juros são o grande vilão
da Sucursal de Brasília
As despesas com juros
continuam sendo o grande
vilão do déficit público brasileiro, mas, de 95 a 98, cresceram menos que os gastos
com aposentados do setor
público e do setor privado.
No período, os encargos
da dívida pública cresceram
37,5%, de R$ 50,9 bilhões
para R$ 70 bilhões, incluindo despesas de União, Estados, municípios e estatais.
Os pagamentos do INSS
(Instituto Nacional do Seguro Social) tiveram alta de
64,7%, e os desembolsos
com servidores públicos
inativos, de 58%.
As receitas não crescem
na mesma proporção. A do
INSS subiu 40%, e as contribuições dos servidores públicos, 23,8%.
Isso não quer dizer que os
gastos com juros -que, na
casa de 7,5% do Produto Interno Bruto, são anormalmente altos para os padrões
mundiais- não sejam os
principais responsáveis pelo déficit do governo.
Mas demonstra-se que o
ritmo de crescimento dos
gastos da Previdência é insustentável.
Neste ano, o governo federal estima que vá precisar
destinar R$ 26,1 bilhões da
receita de impostos para
pagar aposentadorias que
não são cobertas pelas contribuições dos trabalhadores em atividade.
Em 95, a mesma conta
chegava a pouco mais da
metade do valor atual: o Tesouro entrava com apenas
R$ 13,4 bilhões para complementar as aposentadorias.
Nesse ritmo, será preciso
sacrificar cada vez mais as
outras despesas do governo
para sobrar dinheiro para o
pagamento de benefícios.
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