São Paulo, domingo, 15 de novembro de 1998

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Juros são o grande vilão

da Sucursal de Brasília

As despesas com juros continuam sendo o grande vilão do déficit público brasileiro, mas, de 95 a 98, cresceram menos que os gastos com aposentados do setor público e do setor privado.
No período, os encargos da dívida pública cresceram 37,5%, de R$ 50,9 bilhões para R$ 70 bilhões, incluindo despesas de União, Estados, municípios e estatais.
Os pagamentos do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) tiveram alta de 64,7%, e os desembolsos com servidores públicos inativos, de 58%.
As receitas não crescem na mesma proporção. A do INSS subiu 40%, e as contribuições dos servidores públicos, 23,8%.
Isso não quer dizer que os gastos com juros -que, na casa de 7,5% do Produto Interno Bruto, são anormalmente altos para os padrões mundiais- não sejam os principais responsáveis pelo déficit do governo.
Mas demonstra-se que o ritmo de crescimento dos gastos da Previdência é insustentável.
Neste ano, o governo federal estima que vá precisar destinar R$ 26,1 bilhões da receita de impostos para pagar aposentadorias que não são cobertas pelas contribuições dos trabalhadores em atividade.
Em 95, a mesma conta chegava a pouco mais da metade do valor atual: o Tesouro entrava com apenas R$ 13,4 bilhões para complementar as aposentadorias.
Nesse ritmo, será preciso sacrificar cada vez mais as outras despesas do governo para sobrar dinheiro para o pagamento de benefícios.



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