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Distribuição de recursos demora um ano
da Reportagem Local
O caos no Judiciário em São Paulo é tão grande que tentativas de
solução em uma área acabam provocando problemas em outra.
Até novembro, havia uma demora de aproximadamente um
ano e nove meses para um recurso
ser distribuído a um dos desembargadores da sessão de direito
privado do Tribunal de Justiça.
Só depois de distribuído é que o
recurso começa a ser analisado e
pode entrar em fase de julgamento. Antes disso, fica parado em alguma prateleira.
Em novembro, entrou em vigor
uma lei que transferiu parte dos
recursos do TJ (Tribunal de Justiça) para o 1º e o 2º TACs (Tribunais de Alçada Civil). Com isso,
aumentou o tempo de distribuição
de recursos nesses dois tribunais.
Antes da mudança legislativa de
novembro, o 1º TAC tinha um estoque de 12 mil recursos para distribuir entre seus 62 juízes.
Depois dela, recebeu de uma vez
8.000 processos que estavam no
TJ. "O tempo de distribuição deve
passar de aproximadamente quatro meses para um ano", afirma o
presidente do 1º TAC, Carlos Roberto Gonçalves.
No 2º TAC, o número de recursos que aguardam distribuição
quase dobrou depois da mudança.
Eram 4.000 e agora são 7.000. O
presidente do tribunal, José Horácio Cintra Gonçalves Pereira, acredita que a demora na distribuição
está em torno de cinco meses.
Há cerca de dois anos, o 1º TAC
estava na pior situação entre os
quatro tribunais superiores do Estado (há ainda o Tribunal de Alçada Criminal).
Em 97, o pior deles foi o Tribunal
de Justiça, o que motivou a aprovação da lei que transferiu processos para os outros tribunais.
No início de novembro, havia
14.879 recursos aguardando distribuição na sessão de direto privado
e 10.200 na sessão de direito criminal. A situação era mais grave na
sessão de direito público, onde havia 31.798 recursos "represados".
O número de casos novos sempre supera o de concluídos. Até
novembro, a sessão de direito privado recebeu 33.845 recursos e julgou 25.901 -sobra de 7.944. Na
sessão de direito público a diferença foi de 6.546: 28.144 casos recebidos e 21.598 decididos. A sessão de
direito criminal recebeu 20.515 recursos e julgou 18.530.
(CT)
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