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PRÓ-GOVERNO
"Expulsão é ato de fortalecimento"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DOS ENVIADOS ESPECIAIS A BRASÍLIA
Se, por um lado, parte da militância do PT chorava a expulsão
dos quatro radicais, a ala governista do partido comemorava a
decisão como um ato de fortalecimento da legenda. Além de comemorar, a cúpula do partido usou a
expulsão dos radicais como uma
forma de ameaça aos militantes
das correntes de esquerda que
continuam no partido.
Um dos mais diretos nas ameaças aos radicais foi o secretário de
Organização do PT, Sílvio Pereira:
"O PT não irá tolerar indisciplina
nem oposição ao governo Lula.
Quem quer ser oposição tem que
procurar outro caminho", afirmou Pereira. "É preocupante ver
que há gente que ainda pensa como eles na bancada. Podem divergir na opinião, mas sempre terão de votar de acordo com a
orientação do partido."
O ministro da Saúde, Humberto
Costa, foi na mesma linha de Pereira: "Ser governo tem bônus,
mas tem muitos ônus." Ele também comemorou a expulsão os
radicais: "Foi um processo duro,
mas necessário. Sinalizamos para
dentro e para fora do partido e
mostramos que temos um projeto
sólido de apoio ao governo".
O deputado federal Professor
Luizinho (SP), um dos mais ferrenhos defensores do governo no
Congresso, classificou a punição,
ainda durante os debates do Diretório Nacional, como "um momento grande do PT".
Marco Aurélio Garcia, assessor
para assuntos internacionais da
Presidência da República, discordou do parlamentar. Disse que o
partido passava por um "momento difícil", de "crise". Ele defendeu, no entanto, a manutenção da
"unidade de ação". "Caso contrário, vira uma casa da mãe Joana."
A reafirmação da disciplina partidária foi elogiada pelo senador
Aloizio Mercadante (SP). "Na história do PT, sempre se assegurou
a liberdade de expressão e a disciplina do voto. É um valor. Não é
uma questão de democracia."
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