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PRÓ-RADICAIS
"Medida sinaliza caminho suicida"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DOS ENVIADOS ESPECIAIS A BRASÍLIA
"O partido optou por um caminho que é o do suicida -com
dor, prefere tirar a própria vida.
Mas a dor continua", disse o deputado federal Walter Pinheiro
(PT-BA) sobre as expulsões.
Integrantes do PT insatisfeitos
com a decisão do Diretório Nacional de expulsar os parlamentares radicais seguiram o mesmo
tom de Pinheiro e avaliaram que a
medida deve gerar crise no partido, desencanto da militância, saídas voluntárias da legenda e prejuízo à democracia partidária.
O deputado baiano qualificou a
decisão de autoritária e disse que
ela deixa uma "mancha profunda" na história do PT.
Segundo o senador Eduardo
Suplicy (PT-SP) -um dos principais defensores da senadora Heloísa Helena (AL)-, "os membros do Diretório Nacional não
ouviram suficientemente a grande maioria dos filiados do PT".
"Cometeram um erro gravíssimo. Era preciso sabedoria e tolerância. A pena máxima tem a função de ser exemplar. Nesse caso,
ela foi autoritária e intimidatória", disse o deputado federal Ivan
Valente (SP). Ele afirmou que a sigla corre o risco de perder outros
integrantes, "e não só por expulsão". "A cúpula do partido sabe
que está havendo desgaste."
A deputada Maninha (DF), da
corrente de esquerda Força Socialista, a mesma de Valente, disse
temer mais expulsões.
"Vamos lutar para que a estrutura partidária não se esgarce.
Mas saio daqui preocupada. Pela
primeira vez, vejo um momento
de grande divisão interna", disse.
Para o deputado Chico Alencar
(PT-RJ), o diretório deveria ter tido "a mesma tolerância que o povo brasileiro tem tido com o governo Lula". A medida, a seu ver,
atinge a militância petista. "Sem
dúvida, isso agrega desânimo e
desestímulo", afirmou. "Isso machuca a militância e coloca uma
certa sombra, sem trocadilho, sobre o partido."
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