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Procuradores elegem Grella em São Paulo
Candidato de oposição obteve 931 votos, mas ainda precisa do aval de Serra para assumir como procurador-geral do Estado
Se referendado, resultado da eleição representará vitória de grupo dissidente ao do atual procurador-geral de SP, Rodrigo Pinho
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os promotores e procuradores do Estado de São Paulo elegeram ontem Fernando Grella
Vieira, 51, como o sucessor do
atual procurador-geral de Justiça, Rodrigo Pinho, há quatro
anos no cargo.
Grella foi eleito com 931 votos. Em segundo lugar ficou José Oswaldo Molineiro, 56, com
669 votos e em terceiro, Paulo
Afonso Garrido de Paula, 51,
com 453 votos.
A posse de Grella depende
ainda do aval do governador
José Serra (PSDB), que irá indicar um dos três mais votados.
Pela tradição, o escolhido é o
eleito pela classe.
O resultado de ontem, se
confirmado pelo governador,
irá representar o fim de doze
anos ininterruptos em que o
ex-procurador-geral de Justiça, Luiz Antonio Marrey, hoje
secretário estadual de Serra,
esteve à frente da Procuradoria
ou teve um aliado no posto.
"Estou feliz porque o resultado representa a aprovação de
uma proposta de mudança, de
aprimoramento", disse Grella
após o resultado da eleição.
"Minha prioridade será trabalhar por uma gestão profissional, tentar dotar as promotorias e procuradorias de estrutura de apoio e informatizá-las
para cumprir melhor o nosso
papel", disse.
Grella, que defende um Ministério Público suprapartidário, é visto internamente por alguns promotores como ligado
ao grupo do antigo oponente de
Marrey, o ex-procurador-geral
Araldo Dal Pozzo, amigo do ex-governador Luiz Antonio
Fleury Filho (PMDB), que deixou o cargo em 1993.
Na disputa, o procurador teve a seu favor a cisão do grupo
ligado a Marrey. José Oswaldo
Molineiro foi o candidato oficial de Pinho, mas dois assessores do procurador-geral também se lançaram na disputa:
José Benedito Tarifa, 55, e Paulo Afonso Garrido de Paula, 51.
Grella está no Ministério Público há 23 anos. É secretário
da Procuradoria de Justiça Cível e vice-presidente da Associação Paulista do Ministério
Público. Já foi secretário-geral
da Confederação Nacional do
Ministério Público e membro
do Conselho Superior do órgão.
Natural de Capivari, ele é casado e tem duas filhas.
Pinho continuará no cargo
até o dia 28 de março.
Durante a campanha, Grella
defendeu a abertura para os
promotores das eleições internas, para cargos de chefia no
Ministério Público, inclusive
para procurador-geral -hoje
somente os procuradores podem concorrer.
Afirmou ainda que irá investir na criação de um banco de
dados informatizado, que possa
ser acessado por todas as Promotorias, criminais e civis. Disse que, se o órgão não tiver verba para isso, irá buscar financiamento no governo federal.
Outra proposta de campanha
é a criação de uma Procuradoria especializada em crimes
praticados por prefeitos. Ao
contrário do que ocorre hoje, o
grupo poderia entrar com uma
ação sem ter que submeter o
caso ao procurador-geral.
Colaborou LÍGIA MESQUITA , da Redação
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