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Dividida, CPI ignora Dantas e pode convocar ex-tesoureiro petista
ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A CPI dos Bingos está dividida
em relação à convocação do banqueiro Daniel Dantas. Mas, para
evitar que o assunto seja esquecido, os parlamentares querem investigar as denúncias apresentadas por Dantas tentando ouvir o
ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. O requerimento para Delúbio
depor foi aprovado em março.
A pressão para ouvir Dantas aumentou depois que a revista "Veja" do final de semana citou o nome do presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, do ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) e do diretor
da Polícia Federal, Paulo Lacerda,
como possuidores de dinheiro em
paraísos fiscais em lista preparada
a pedido do banqueiro.
Além disso, à revista Dantas disse ter sido procurado por um
emissário de Delúbio para que fizesse doações ao PT. Em troca, o
governo deixaria de interferir na
briga pelo controle da Brasil Telecom, da qual o banco Opportunity, de Dantas, era controlador.
Na última quinta-feira, o líder
do PSDB na Senado, Arthur Virgílio (AM), apresentou à CPI documento da Justiça dos EUA em
que a irmã de Dantas, Verônica,
era citada como testemunha dos
supostos achaques de membros
do PT ao Opportunity.
Relator da CPI, o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) é um dos
que se manifestaram contra a
convocação. "Não há tempo para
exaurir uma investigação dessas.
Tenho que entregar meu relatório
até o fim deste mês."
O presidente da CPI, Efraim
Morais (PFL-PB), disse que ainda
é preciso analisar o caso. "A gente
tem de saber se o caso está dentro
do foco determinado da CPI."
Efraim e Garibaldi se reúnem
hoje para decidir se convocam
Delúbio. "Ainda estamos sem
agenda definida para esta quarta-feira. Por isso podemos convocar
o Delúbio agora ou, mais tardar,
na terça-feira que vem."
O requerimento de convocação
de Delúbio foi aprovado em 15 de
março -a audiência com ele foi
justificada por conta das suas relações com o advogado Rogério
Buratti, apontado como intermediador entre empresários de casas
de bingo e o governo federal.
Colaborou SILVIO NAVARRO, da Sucursal de Brasília
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