São Paulo, terça-feira, 16 de maio de 2006

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Dividida, CPI ignora Dantas e pode convocar ex-tesoureiro petista

ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A CPI dos Bingos está dividida em relação à convocação do banqueiro Daniel Dantas. Mas, para evitar que o assunto seja esquecido, os parlamentares querem investigar as denúncias apresentadas por Dantas tentando ouvir o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. O requerimento para Delúbio depor foi aprovado em março.
A pressão para ouvir Dantas aumentou depois que a revista "Veja" do final de semana citou o nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) e do diretor da Polícia Federal, Paulo Lacerda, como possuidores de dinheiro em paraísos fiscais em lista preparada a pedido do banqueiro.
Além disso, à revista Dantas disse ter sido procurado por um emissário de Delúbio para que fizesse doações ao PT. Em troca, o governo deixaria de interferir na briga pelo controle da Brasil Telecom, da qual o banco Opportunity, de Dantas, era controlador.
Na última quinta-feira, o líder do PSDB na Senado, Arthur Virgílio (AM), apresentou à CPI documento da Justiça dos EUA em que a irmã de Dantas, Verônica, era citada como testemunha dos supostos achaques de membros do PT ao Opportunity.
Relator da CPI, o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) é um dos que se manifestaram contra a convocação. "Não há tempo para exaurir uma investigação dessas. Tenho que entregar meu relatório até o fim deste mês."
O presidente da CPI, Efraim Morais (PFL-PB), disse que ainda é preciso analisar o caso. "A gente tem de saber se o caso está dentro do foco determinado da CPI."
Efraim e Garibaldi se reúnem hoje para decidir se convocam Delúbio. "Ainda estamos sem agenda definida para esta quarta-feira. Por isso podemos convocar o Delúbio agora ou, mais tardar, na terça-feira que vem."
O requerimento de convocação de Delúbio foi aprovado em 15 de março -a audiência com ele foi justificada por conta das suas relações com o advogado Rogério Buratti, apontado como intermediador entre empresários de casas de bingo e o governo federal.


Colaborou SILVIO NAVARRO, da Sucursal de Brasília


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