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Aos 12, menino vende lanches para ajudar avós
DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
Com 12 anos, Reinaldo já trabalha como adulto, ajudando os
avós no trailer no qual vendem
lanches e almoço, na avenida Guido Caloi (zona sul de São Paulo).
Ele conta que não fica no local o
dia todo. Entra às 8h e sai às
14h45, quando vai à escola.
O menino ainda ajuda os avós
servindo pratos e refrigerantes,
montando o trailer e as mesas
-quando chegam no local de
manhã- e descarregando todo
tipo de caixas, ferros e outros materiais pesados da Kombi.
Os avós de Reinaldo negam que
ele trabalhe no local -alegam
que não têm com quem deixá-lo
e, por isso, ele os acompanha. No
entanto, o garoto sabe de cor os
preços dos produtos e mostra-se
disposto a atender qualquer pedido dos clientes. As condições de
trabalho não são boas. O trailer é
pequeno e não tem estrutura de
banheiro, por exemplo.
Assim como Reinaldo, Adriana,
8, também passa horas trabalhando para ajudar a família. São seis
ao todo, das 15h às 19h. Enquanto
a mãe vende pipocas em um semáforo da avenida Chucri Zaidan
(zona sul), ela faz malabarismos
para conquistar a atenção dos
motoristas e ganhar uma média
de R$ 5 por dia. Adriana conta
que estuda de manhã e que está ali
para ajudar a mãe, já que o pai a
abandonou e não paga pensão.
Os nomes das crianças citadas
nesta reportagem são fictícios, seguindo orientações do Estatuto
da Criança e do Adolescente.
Amazonas
No Amazonas, o Grupo Especial de Combate ao Trabalho Infantil do Ministério do Trabalho e
o MPT (Ministério Público do
Trabalho) já fizeram neste ano
dez blitze para resgatar crianças e
adolescentes de ocupações consideradas perigosas.
Das 13 mil crianças e jovens
com ocupações perigosas no Estado, segundo o MPT, 7.000 são
trabalhadores infantis domésticos. São, na maioria, meninas da
zona rural deslocadas para áreas
urbanas para serem babás ou empregadas domésticas, trabalhando até 14 horas por dia.
Segundo a auditora fiscal Creuza Batista, coordenadora do grupo especial, o número de crianças
com ocupações perigosas cresceu
no último ano. Ela acredita que o
fato está relacionado à crise financeira do país e ao corte de verbas
para os programas sociais do governo.
(ISABELLE MOREIRA LIMA e KÁTIA BRASIL)
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