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Marta teve mais verba e favoreceu SP no Turismo
Petista contou com R$ 4,5 bi em 14 meses, mais do que teve Walfrido em quatro anos
Assessoria nega motivações eleitorais e afirma que ter recursos do ministério "é
um avanço para o turismo da cidade" de São Paulo
RANIER BRAGON
EM SÃO PAULO
Nos exatos 14 meses e 11 dias
em que comandou o Ministério
do Turismo, Marta Suplicy
(PT) teve sob sua caneta um orçamento de R$ 4,5 bilhões, valor 27% superior ao que Walfrido dos Mares Guia (PTB), seu
antecessor, contou em quatro
anos de mandato.
No período de Walfrido, suas
Minas Gerais concentraram o
maior volume de recursos. Sob
Marta, São Paulo foi ao topo. E
a prefeitura da capital, que ela
tentará reconquistar em outubro, firmou os primeiros quatro convênios de sua história
com o ministério.
Responsável por um orçamento de pouco mais de R$ 470
milhões (valores atualizados)
em 2003, ano de sua criação, o
Ministério do Turismo assumiu musculatura financeira a
partir de 2005 (R$ 1,1 bilhão),
ainda na gestão de Walfrido,
graças a recursos patrocinados
por emendas feitas pelos congressistas ao Orçamento.
No último ano completo da
gestão Walfrido, em 2006, o orçamento continuou alto (R$ 1,3
bilhão), mas assistiu a novos
saltos nos dois anos seguintes,
período que abrange a gestão
Marta -R$ 1,9 bilhão em 2007,
e R$ 2,7 bilhões neste ano, sempre em valores corrigidos.
De 2004 a 2008, Turismo subiu do 17º maior orçamento entre os Ministérios para o 12º.
O ministério negou a existência de motivações eleitorais
e afirmou que o fato de São
Paulo passar a receber recursos
da pasta "é um avanço para o
turismo da cidade".
A análise da parte relativa aos
investimentos -dinheiro usado para obras como construção
de praças, realização de eventos, montagem de sinalização
turística, entre outros- mostra
que das 50 cidades que obtiveram as maiores destinações de
verbas na gestão Marta, 14 são
do PT, 28 da base governista e
apenas 8 da oposição.
A "campeã" é Olinda (PE), sede da Secretaria de Turismo do
Estado, órgão que mais recebeu
recursos de convênios.
Há 25 convênios registrados
entre o Ministério e a Secretaria de Turismo de Pernambuco
(o Estado é administrado pelo
PSB) e a prefeitura (PC do B),
no valor de R$ 83 milhões.
A Folha pesquisou os 11.502
convênios registrados no Siafi
(sistema de acompanhamento
dos gastos federais) desde 1986
-antes de 2003, o turismo era
fundido a outros ministérios.
Os dados foram colhidos pelo
site Contas Abertas.
Não há registro de convênio
entre Prefeitura de São Paulo
até Marta assumir. Após sua
chegada, foram firmados quatro convênios, totalizando R$
11,8 milhões.
As obras são para requalificação e revitalização do complexo Anhembi (2ª etapa), implantação de sinalização turística, requalificação e ampliação
da área do Palácio das Convenções e qualificação profissional
para setores que lidam com turistas. Segundo o Portal da
Transparência, R$ 4,4 milhões
desse valor já foi liberado.
Já o ranking dos Estados que
mais tiveram destinação de recursos na gestão Marta apresenta São Paulo na ponta, com
R$ 220,6 milhões, seguido do
Ceará, com R$ 179 milhões, e
Minas, com R$ 172 milhões.
Outro lado
"São Paulo atualmente é responsável por quase a metade da
entrada de turistas no Brasil",
afirmou a assessoria do Ministério do Turismo.
"Em 2006, São Paulo recebeu 51,3 % dos mais de 1,4 milhão de turistas que entraram
no país motivados por este tipo
de viagens", disse a assessoria,
acrescentando que "obras como a revitalização do complexo
do Anhembi, do Palácio das
Convenções, são fundamentais
para atrair este tipo de turista".
"Um turista que vem ao Brasil a negócios gasta em média
US$ 165,14 por dia, enquanto
que o turista a lazer gasta, em
média, US$ 73,53."
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