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Naves vê ameaça à democracia com proposta
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do STJ (Superior
Tribunal de Justiça), ministro Nilson Naves, aumentou ontem o coro dos descontentes do Judiciário
com o encaminhamento da reforma da Previdência e afirmou que
se a proposta enfraquecer a carreira de juiz por cortar direitos
hoje assegurados irá comprometer a própria democracia no país.
"Espero que os congressistas tenham o bom senso e percebam
que a magistratura é uma carreira
de Estado. Somos agentes políticos. Se desequilibrarmos a magistratura, vamos também desequilibrar o Estado democrático de Direito. Sentiremos em seguida os
efeitos disso."
A declaração foi dada um dia
depois de o presidente do TST
(Tribunal Superior do Trabalho),
ministro Francisco Fausto, ter
afirmado que votou no presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002,
mas agora se sente vítima de "estelionato eleitoral".
Fausto também afirmou anteontem que "os verdadeiros inimigos" do governo Lula seriam o
FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial, que
estariam "ditando normas e regras" e teriam imposto a reforma
previdenciária. Para ele, os servidores é que estariam sendo tratados como tal.
Já Naves defendeu ontem que
tanto os atuais quanto os futuros
juízes sejam excluídos da reforma. Segundo o ministro, a manutenção de direitos apenas para os
atuais poderia resultar na perda
de interesse de novos profissionais pela carreira. "Tenho notícias
de que muitos magistrados vão se
aposentar precocemente [por receio da reforma]. O preenchimento dessas vagas será um
transtorno, porque não teremos
mais esses pontos de atração."
Para ele, os juízes não devem
abrir mão das três reivindicações
que consideram básicas: a aposentadoria integral, a paridade de
reajuste entre ativos e inativos e a
limitação do salário do desembargador a 90% da remuneração de
ministro do STF.
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